sábado, 31 de julho de 2010

A Fina Película de Falsa Realidade

José Neto



Imagine-se em uma sala de cinema. O filme passa na

tela e você, sentado ali no escuro, se emociona,

chora, ri. Envolvido, se esquece completamente da

sua vida lá fora. Esquece os problemas, as contas a

pagar, o trabalho, a família. Durante toda a

projeção, é como se a vida exterior não existisse.

Agora, imagine que, de repente, a luz da sala seja

acesa no meio do filme. Você se vê ali com todas

aquelas pessoas e percebe que estava completamente

envolvido pelas cenas da tela. Você se dá conta de

que é “só um filme”, de que não é “real”.
Este exemplo do cinema é uma bela ilustração do que

é a vida de todos nós. Estamos separados da nossa

realidade, envolvidos por uma falsa realidade. É

preciso ligar a luz!

Mas como podemos fazê-lo? Para isso é preciso

entender melhor a falsa realidade na qual estamos

imersos. Na primeira página do livro Fragmentos de

um Ensinamento Desconhecido, Ouspensky escreve:

“Mas, onde começava esse caminho novo ou perdido eu

era incapaz de dizer. Já reconhecera então, como

fato inegável, que, para além da fina película de

falsa realidade, existia outra realidade de que,

por alguma razão, algo nos separava. O ‘milagroso’

era a penetração nessa realidade desconhecida.”1

Vivemos angustiados com todos os problemas que

enfrentamos na vida. O fluxo de nossos pensamentos,

emoções e desejos torna este mundo real. Mas, em

certos momentos, somos tocados por uma sensação

estranha de maravilhamento. Um belo pôr do sol! Uma

noite de lua nova com um céu coberto de estrelas!

Uma música que nos toca profundamente!

Nesses momentos algo de milagroso acontece e somos

transportados para um outro mundo. Eles se

contrapõem ao nosso cotidiano agitado e, no íntimo,

suspeitamos que algo está errado. Não sabemos o

quê, nem como resolvê-lo, mas pré-sentimos que “as

coisas poderiam ser diferentes”, que vivemos em uma

fina película de falsa realidade.

Mas como ela se forma? No livro Do Todo e de

Tudo,afirma-se que foi implantado, “a título

provisório nos seres humanos, um certo órgão que

tem propriedades tais que eles perceberiam, dali em

diante, a realidade ‘às avessas’, e que toda

impressão repetida, de origem exterior,

cristalizaria neles os dados necessários ao

aparecimento de certos fatores que provocam as

sensações de ‘gozo’ e de ‘satisfação’.” 2

A primeira função do “órgão Kundabuffer” é

desconectar o ser humano da realidade, ou seja,

fazer com que ele veja tudo às avessas. Confundir o

que ouvimos. Levar-nos a tomar tudo como pessoal, a

agir sem pensar, a não analisar as situações que

vivemos, etc.

Mas só isso não seria suficiente! Ainda poderíamos,

mesmo “cegos” e por acidente, conectar-nos com o

Milagroso. Daí a necessidade da segunda função, ou

seja, desviar nossa energia para ser utilizada em

outras coisas, gerando gozo e satisfação, como, por

exemplo: nosso falar interno incessante, nosso

devaneio, as explosões de emoções negativas e os

desejos que são senhores de nossa vida.

Talvez nem percebamos, mas sentimos muito prazer em

momentos como os de raiva. Até mesmo o stress, tão

na moda hoje em dia, é, na verdade, um estado de

grande excitamento para todos nós. Adoramos

assistir a esse filme, mesmo sem o sabermos.

E como entender de modo mais claro o funcionamento

do Kundabuffer? Gurdjieff explica: “A tendência ao

devaneio deve-se, por um lado, à preguiça do centro

intelectual, isto é, a suas tentativas de se poupar

todos os esforços ligados a um trabalho orientado

para uma meta definida e indo numa direção definida

e, por outro lado, à tendência dos centros

emocional e motor a se repetirem, a guardar vivas

ou a reproduzir experiências agradáveis ou

desagradáveis, já vividas ou ‘imaginadas’.” 3

Suponhamos que aconteça algo e eu seja tomado por

uma raiva muito forte. Minha adrenalina dispara.

Até aí, tudo bem! É preciso ter a energia

necessária para agir rapidamente. Durante um curto

espaço de tempo eu ainda tenho a “mão no jogo”.

Ainda posso ter um pensamento lúcido impedindo que

a raiva conduza toda a minha ação. É nesse exato

instante que falta a presença de uma mente

tranqüila e silenciosa. Nesse momento seria

necessária a intervenção da minha cabeça para eu

tomar atitudes mais centradas. Mas isso não

acontece. Tudo desmorona e ajo como uma fera

acuada.

Ou seja, nosso corpo capta sensações físicas que

são naturais e necessárias. Mas nossa cabeça é

preguiçosa e vive em um constante estado de

devaneio. O que era para ser uma simples

necessidade ou desejo de agir transforma-se muitas

vezes em atitudes e emoções violentas de nossa

parte. O filme está pronto! Quem o projeta é a

cabeça, mas são as emoções e os desejos os

responsáveis por sua produção.

O que podemos fazer para impedir esse fluxo

incessante? A mitologia pode nos ajudar. Os

antigos, para falar da fina película, utilizaram

muitas vezes o tema das muralhas em seus mitos e

histórias. Na mitologia grega temos a Guerra de

Tróia. A bela Helena é seqüestrada e inicia-se o

cerco a Tróia. Helena simboliza a nossa Alma que

foi seqüestrada. Gurdjieff sugere uma relação entre

o Kundabuffer e as muralhas de Jericó, utilizando

um dito do sábio Mulá Nassr Eddin: “ao pleno som

das trombetas de Jericó”. 4 A menção a Jericó não é

um acaso, mas uma pista deixada por Gurdjieff: as

fortes muralhas dessa cidade, que impediam o acesso

à “Terra Prometida”, são a fina película de falsa

realidade. É ela que nos separa do Milagroso, do

“Reino dos Céus”, da “Atlântida submersa”, da nossa

Alma.


Surge então a pergunta: por que essa fina película

de falsa realidade é simbolizada por inexpugnáveis

muralhas? Mais uma vez aqui se revela a grande

sabedoria dos antigos. O que é apenas um véu de

seda transparente transforma-se em complicações de

todo tipo para quem está afastado e esquecido da

busca do Milagroso. O que é uma fina película para

quem está em conexão com o Milagroso é uma muralha

impenetrável para todos nós.

Como podemos derrubar essas muralhas? Como acender

a luz? A grande dica é revelada nos mitos de Tróia

e de Jericó. Tanto o cavalo de Tróia como as

trombetas de Jericó apontam como podemos viver o

Milagroso. As trombetas emitem sons, que são

vibrações utilizadas para nos despertar e

encontrarmos nossa Alma. Trombeta está ligada à

respiração e, logo, ao sentimento. O cavalo

simboliza o trabalho sobre as emoções,

sutilizando-as. A ligação entre os dois símbolos

(trombeta e cavalo) é o sentimento. O verdadeiro e

fino sentimento é atributo da Alma. Temos de

trilhar o caminho do coração e despertar para nossa

Alma.

Mas, antes, é preciso exercitar nossa mente para

que ela esteja presente sempre, pois o “trabalho

sobre si deve começar pelo intelecto” 5. Só assim,

sem ser arrastados pelos nossos desejos e emoções,

é que podemos resgatar Helena, a Bela.



Notas

1 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento

Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 17.
2 G. I. Gurdjieff, Do Todo e de Tudo. Horus

Editora, pág. 97.
3 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento

Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 134.
4 G. I. Gurdjieff, no livro Do Todo e de Tudo.

Horus Editora,
pág. 98.
5 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento

Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 114.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Conhecendo as pirâmides



Elas foram construídas há mais de 2500 anos e resistem até hoje. Cercadas de mistérios, despertam interesse de historiadores, arqueólogos e estudiosos de civilizações antigas. Como resistiram a tantos séculos? Que segredos guardavam dentro delas? Qual função religiosa exerciam na sociedade?


A religião do Egito Antigo era politeísta, pois os egípcios acreditavam em vários deuses. Acreditavam também na vida após a morte e, portanto, conservar o corpo e os pertences para a outra vida era uma preocupação. Mas somente os faraós e alguns sacerdotes tinham condições econômicas de criarem sistemas de preservação do corpo, através do processo de mumificação.

A pirâmide tinha a função abrigar e proteger o corpo do faraó mumificado e seus pertences (jóias, objetos pessoais e outros bens materiais) dos saqueadores de túmulos. Logo, estas construções tinham de ser bem resistentes, protegidas e de difícil acesso. Os engenheiros, que deviam guardar os segredos de construção das pirâmides, planejavam armadilhas e acessos falsos dentro das contruções. Tudo era pensado para que o corpo mumificado do faraó e seus pertences não fossem acessados.

As pirâmides foram construídas numa época em que os faraós exerciam máximo poder político, social e econômico no Egito Antigo. Quanto maior a pirâmide, maior seu poder e glória. Por isso, os faraós se preocupavam com a grandeza destas construções. Com mão-de-obra escrava, milhares muitas vezes, elas eram construídas com blocos de pedras que chegavam a pesar até duas toneladas. Para serem finalizadas, demoravam, muitas vezes, mais de 20 anos. Desta forma, ainda em vida, o faraó começava a planejar e executar a construção da pirâmide.

A matemática foi muito empregada na construção das pirâmides. Conhecedores desta ciência, os arquitetos planejavam as construções de forma a obter o máximo de perfeição possível. As pedras eram cortadas e encaixadas de forma perfeita. Seus quatro lados eram desenhados e construídos de forma simétrica, fatores que explicam a preservação delas até os dias atuais.

Ao encontrarem as pirâmides, muitas delas intactas, os arqueólogos se depararam com muitas informações do Egito Antigo. Elas possuem inscrições hieroglíficas, contando a vida do faraó ou trazendo orações para que os deuses soubessem dos feitos realizados pelo governante.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Herói de Mil Faces

Joseph Campbell






"...Os dois mundos, divino e humano, só podem ser descritos como distintos entre si, diferentes como a vida e a morte, o dia e a noite. As aventuras do herói se passam fora da terra nossa conhecida, na região das trevas; ali ele completa sua jornada, ou apenas se perde para nós, aprisionado ou em perigo; e seu retorno é descrito como uma volta do além. Não obstante, e temos diante de nós uma grande chave da compreensão do mito e do símbolo, os dois reinos são, na realidade, um só e único reino. O reino dos deuses é uma dimensão esquecida do mundo que conhecemos. E a exploração dessa dimensão, voluntária ou relutante, resume todo o sentido da façanha do herói. Os valores e distinções que parecem importantes na vida real desaparecem com a terrificante assimilação do eu daquilo que antes não passava de alteridade. Tais como na história das ogresas canibais, o temor dessa perda da individualidade pessoal pode configurar-se, para as almas não qualificadas, como todo o ônus da experiência transcendental. Mas a alma do herói avança com ousadia, e descobre as bruxas convertidas em deusas e os dragões em guardiães dos deuses.
Todavia, sempre deve restar, do ponto de vista da consciência vígil normal, uma certa inconsistência enigmática entre a sabedoria trazida das profundezas e a prudência que costuma ser eficaz no mundo da luz. Daí decorre o divórcio comum entre o oportunismo e a virtude, e a resultante degenerescência da existência humana. O martírio é para os santos, mas as pessoas comuns têm suas instituições, que não podem deixar que cresçam como lírios nos campos; Pedro continua a sacar da espada, tal como no jardim, para defender o criador e mantenedor do mundo. A bênção trazida das profundezas transcendentes torna-se racionalizada, rapidamente, em não-existência, e aumenta em muito a necessidade de outro herói para renovar a palavra.
Como ensinar de novo, contudo, o que havia sido ensinado corretamente e aprendido de modo errôneo um milhão de vezes, ao longo dos milênios da mansa loucura da humanidade? Eis a última e difícil tarefa do herói. Como retraduzir, na leve linguagem do mundo, os pronunciamentos das trevas, que desafiam a fala? Como representar, numa superfície bidimensional, ou numa imagem tridimensional, um sentido multidimensional? Como expressar, em termos de “sim” e “não”, revelações que conduzem à falta de sentido toda tentativa de definir pares de opostos? Como comunicar, a pessoas que insistem na evidência exclusiva dos próprios sentidos, a mensagem do vazio gerador de todas as coisas?
Muitos fracassos comprovam as dificuldades presentes nesse limiar que afirma a vida. O primeiro problema do herói que retorna consiste em aceitar como real, depois de ter passado por uma experiência da visão de completeza que traz satisfação à alma, as alegrias e tristezas passageiras, as banalidades e ruidosas obscenidades da vida.
Por que voltar a um mundo desses? Porque tentar tornar plausível, ou mesmo interessante, a homens e mulheres consumidos pela paixão, a experiência da bem-aventurança transcendental? Assim como sonhos que se afiguram importantes durante a noite podem parecer, à luz do dia, meras tolices, assim também o poeta e o profeta podem descobrir-se bancando os idiotas diante de um júri de sóbrios olh0s.

O mais fácil é entregar a comunidade inteira ao demônio e partir outra vez para a celeste habitação rochosa, fechar a porta e ali se deixar ficar. Mas, então o trabalho de representar a eternidade no plano temporal, e de perceber, neste, a eternidade, não pode ser evitado..."

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ártemis

Oráculo da Deusa - Editora Pensamento






"Sou quem sou
E sei quem sou
Posso cuidar de mim mesma
Em qualquer circunstância
E posso deixar os outros cuidarem de mim
Posso escolher
Não existe autoridade
Mais elevada que a minha
Meu poder de discernimento é finamente aguçado
Tenho autonomia
Estou livre da influência
Da opinião dos outros
Sou capaz de separar
O que precisa de separação
Assim uma decisão lúcida
Pode ser alcançada
Penso por mim mesma
Ajusto a mira
E aponto o arco
Minhas setas sempre atingem o alvo"

Delfos



O Oráculo de Delfos foi um grande local sagrado da Grécia Antiga, dedicado ao deus Apolo (deus da luz, sol, profecia e verdade).

Ele se localizava no pé do Monte Parnaso (região central da Grécia). No centro do oráculo havia um grande templo em homenagem ao deus Apolo.

Os gregos recorriam ao oráculo para perguntar aos deuses sobre problemas cotidianos, questões de guerra, vida sentimental, previsões de tempo, etc. Os gregos acreditavam que os deuses ficavam neste oráculo, junto com ninfas e musas, orientando as pessoas.

O Oráculo de Delfos tornou-se, na antiguidade clássica, um dos mais importantes centros religiosos da Grécia Antiga. Hoje, suas ruínas atraem muitos turistas do mundo todo.

A fonte do poder, no oráculo de Delfos

Encontro de ciência e religião, nesse antigo templo grego, permite que mecanismos naturais ampliem a magia da realidade.

por John Hale, Jelle de Boer, Jeff Chanton e Henry Spiller

O templo de Apolo, incrustado na fascinante paisagem montanhosa de Delfos, abrigava o poderoso oráculo e era o mais importante local religioso do antigo mundo grego. Os generais buscavam conselhos do oráculo a respeito de estratégias de guerra. Os colonizadores procuravam orientação antes de suas expedições para a Itália, Espanha e África. Os cidadãos consultavam-no sobre investimentos e problemas de saúde. As recomendações do oráculo emergem de forma notável nos mitos. Quando Orestes perguntou-lhe se deveria vingar a morte de seu pai, assassinado por sua mãe, o oráculo encorajou-o. Édipo, avisado pelo oráculo de que mataria o pai e se casaria com a mãe, esforçou-se para evitar este destino, mas fracassou de forma célebre.



O oráculo de Delfos funcionava em uma área específica, o ádito ou - área proibida -, no núcleo do templo, e por meio de uma pessoa específica, a pitonisa, escolhida para falar, como uma médium possuída, em nome de Apolo, o deus da profecia. A pitonisa era mulher, algo surpreendente se levarmos em conta a misoginia grega. E, contrastando com a maioria dos sacerdotes e sacerdotisas gregas, a pitonisa não herdava sua posição pela nobreza de seus vínculos familiares. Embora devesse ser natural de Delfos, poderia ser velha ou jovem, rica ou pobre, bem-educada ou analfabeta. Ela passava por um longo e intenso período de treinamento, assistida por uma congregação de mulheres de Delfos, que zelavam pelo eterno fogo sagrado do templo.



A Explicação Clássica

A TRADIÇÃO ATRIBUÍA a inspiração profética do poderoso oráculo a fenômenos geológicos: uma fenda na terra, um vapor que subia dela e uma fonte de água. Há mais ou menos um século, os estudiosos rejeitaram esta explicação quando os arqueólogos, escavando o local, não encontraram qualquer sinal de fenda ou gases. Mas o antigo testemunho está bastante difundido e provém de várias fontes: historiadores como Plínio e Diodoro, filósofos como Platão, os poetas Ésquilo e Cícero, o geógrafo Estrabão, o escritor e viajante Pausânias e até mesmo um sacerdote de Apolo que serviu em Delfos, o famoso ensaísta e biógrafo Plutarco.Estrabão (64 a.C.- 25 d.C.) escreveu: "Eles dizem que a sede do oráculo é uma profunda gruta oculta na terra, com uma estreita abertura por onde sobe um pneuma (gás, vapor, respiração, daí as nossas palavras - pneumático - e - pneumonia -) que produz a possessão divina. Um trípode é colocado em cima desta fenda e, sentada nele, a pitonisa inala o vapor e profetiza".

Plutarco (46-120 d.C.) deixou um extenso testemunho sobre o funcionamento do oráculo. Descreveu as relações entre o deus, a mulher e o gás, comparando Apolo a um músico, a mulher a seu instrumento e o pneuma ao plectro, com o qual ele a tocava para fazê-la falar. Plutarco enfatizou que o pneuma era apenas um elemento que desencadeava o processo.
A ÚNICA REPRESENTAÇÃO da sacerdotisa, ou pitonisa, de Delfos, da época em que o oráculo estava ativo, mostra a câmara de teto baixo e a pitonisa sentada em um trípode. Em uma das mãos ela segura um ramo de louro (a árvore
sagrada de Apolo); na outra ela segura uma taça contendo, provavelmente, água proveniente de uma fonte e que penetrava, borbulhando, na câmara, trazendo consigo gases que levavam a um estado de transe. Esta cena mitológica mostra o rei Egeu de Atenas consultando a primeira pitonisa, Têmis. A peça foi feita por um oleiro ateniense em torno de 440 a.C
De fato, era o treinamento prévio e a purificação (que incluía, certamente, a abstinência sexual e, possivelmente, o jejum) da mulher escolhida que a tornavam sensível à exposição ao pneuma. Uma pessoa comum poderia sentir o cheiro do gás sem entrar em transe oracular.

Plutarco também relatou algumas características físicas do pneuma. Seu cheiro assemelhava-se ao de um delicado perfume. Era emitido, - como se viesse de uma fonte -, no ádito em que a pitonisa estava acomodada, mas os sacerdotes e as pessoas que iam consultá-la podiam, em algumas ocasiões, sentir o aroma na antecâmara onde aguardavam as respostas.




O pneuma podia surgir como um gás livre, ou na água. Na época de Plutarco, a emissão tornara-se fraca e irregular, o que causara, em sua opinião, o enfraquecimento da influência do oráculo de Delfos nos assuntos do mundo. Ele sugeriu que, ou a essência vital esgotara-se, ou que intensas chuvas a diluíram. Ou, ainda, que um terremoto havia mais de 4 séculos bloqueara, em parte, esse escoamento. Talvez, considerou, o vapor tivesse encontrado uma nova passagem. As teorias de Plutarco sobre a redução da emissão deixam claro que ele localizava sua origem numa rocha abaixo do templo.

Um viajante da geração seguinte, Pausânias, ecoa a menção de Plutarco ao surgimento do pneuma na água. Pausânias relata ter visto, no declive acima do templo, uma fonte de água chamada Kassotis, que, segundo ouvira, mergulhava no subsolo e emergia novamente no ádito, onde suas águas tornavam as mulheres proféticas.
Plutarco e outras fontes assinalam que, durante as sessões normais, a mulher que servia como pitonisa estava em um transe suave. Ela era capaz de sentar-se aprumada no trípode e passar um tempo razoável ali (embora, se a fila de pessoas que pediam conselhos fosse longa, uma segunda e até mesmo uma terceira pitonisa pudessem substituí-la). Ela podia ouvir as questões e respondê-las de forma inteligível. Durante as sessões oraculares, a pitonisa falava com voz alterada e tendia a cantar as respostas, permitindo-se jogos de palavras e trocadilhos. Após a sessão, segundo Plutarco, ela se parecia com um corredor após uma maratona, ou uma dançarina ao final de uma dança extática.

Em uma ocasião, que ou o próprio Plutarco ou um de seus colegas testemunharam, as autoridades do templo forçaram a pitonisa a profetizar em um dia não propício, para agradar os membros de uma importante comitiva. Relutante, ela se dirigiu para o ádito subterrâneo e foi imediatamente tomada por um espírito poderoso e maligno. Neste estado de possessão, em vez de falar ou cantar como fazia, gemeu e gritou, jogou-se ao chão violentamente e precipitou-se em direção às portas, onde desmaiou. Os sacerdotes e as pessoas que a consultavam, assustados, inicialmente fugiram. Mas voltaram mais tarde e a recolheram. Alguns dias depois ela morreu.




A Nova Tradição

GERAÇÕES DE ESTUDIOSOS aceitaram essas explicações. Mas, por volta de 1900, um jovem especialista em temas do mundo clássico, o inglês Adolphe Paul Oppé, visitou as escavações conduzidas por arqueólogos franceses em Delfos. Não encontrou qualquer fenda, nem conseguiu obter informação sobre gases, publicando um influente artigo onde apresentava três teses críticas. Em primeiro lugar, nenhuma fenda ou emissão gasosa jamais existira no templo em Delfos. Em segundo, ainda que tivesse existido, nenhum gás natural poderia produzir um estado que se assemelhasse a uma possessão espiritual. Em terceiro, o relato de Plutarco sobre a pitonisa que passara por um violento frenesi, e morrera logo depois, era inconsistente com a descrição costumeira de uma pitonisa sentada em um trípode, cantando as suas profecias. Oppé concluiu que todo o antigo testemunho podia ser invalidado.

A demolidora investida de Oppé tomou o mundo acadêmico de assalto. Suas opiniões foram expressas de forma tão vigorosa que passou a ser a nova ortodoxia. A ausência da ampla abertura que os arqueólogos franceses esperavam encontrar parecia provar os seus argumentos. Um apoio adicional para a teoria de Oppé surgiu em 1950, quando o arqueólogo francês Pierre Amandry acrescentou que apenas uma área vulcânica, algo que Delfos não era, poderia ter produzido um gás como aquele descrito pelos autores clássicos. O caso parecia encerrado. A tradição original dos autores gregos e latinos sobrevivia somente nos livros populares e nas palavras dos guias locais. Na opinião de Oppé, esses autores seriam a fonte do mito da fenda e do vapor.
A situação mudou nos anos 80, quando um projeto de desenvolvimento das Nações Unidas realizou uma pesquisa na Grécia sobre as falhas ativas (aquelas ao longo das quais terremotos foram gerados durante as últimas centenas de anos). Na qualidade de membro da equipe de pesquisa, um de nós (o geólogo de Boer) observou superfícies de falhas expostas a leste e a oeste do santuário. Segundo sua interpretação, essas superfícies marcariam a linha de uma falha que corria ao longo da inclinação ao sul do Monte Parnaso e sob o local em que ficava o oráculo. Ciente da tradição clássica, mas desconhecendo o ceticismo e a demolidora investida moderna, ele não deu maior importância à sua observação.

Mais de dez anos depois, de Boer encontrou outro de nós (o arqueólogo Hale) em um sítio arqueológico em Portugal, onde Hale investigava a opinião geológica de de Boer sobre a evidência de um terremoto que teria causado estragos em uma vila romana. Enquanto bebiam uma garrafa de vinho, de Boer mencionou que havia observado a falha sob o templo em Delfos. Hale, que aprendera a teoria consagrada enquanto estudante, discordou. Mas, durante a animada conversa que se seguiu, de Boer convenceu-o com sua descrição da falha, com uma explicação de como as falhas poderiam conduzir os gases até a superfície e suas referências aos autores clássicos. Compreendendo a importância da observação para a interpretação das antigas explicações, os dois decidiram formar uma equipe para explorar melhor o local.




Novas Interpretações

DURANTE A NOSSA PRIMEIRA pesquisa de campo, em 1996, realizamos investigações geológicas e examinamos as fundações do templo, expostas pelos arqueólogos franceses. O templo apresentava algumas características anômalas que exigiam uma interpretação especial de suas funções, mesmo que os relatos de Plutarco e outros não tivessem sido preservados. Em primeiro lugar, a parte interna do santuário é mais baixa, situando-se entre 2 e 4 metros abaixo do nível do solo circundante. Em segundo lugar, é assimétrica: uma interrupção na colunata interna alojava uma estrutura hoje desaparecida. Em terceiro lugar, construída diretamente sobre as fundações da área interrompida, há um elaborado escoadouro para água de fonte, junto com outras passagens subterrâneas. Assim, o templo de Apolo parecia planejado mais para conter um pedaço particular de terreno que incluía uma fonte do que para proporcionar, conforme a função normal de um templo, uma morada à imagem do deus.

Durante esta primeira exploração, localizamos a linha leste-oeste da falha principal, chamada de falha de Delfos, que de Boer havia observado anteriormente. Mais tarde descobrimos a superfície exposta de uma segunda falha em uma ribanceira acima do templo. Esta segunda linha, que chamamos de falha de Kerna, ia do noroeste para o sudeste, cruzando a falha de Delfos no local do oráculo. Uma linha de fontes que atravessava o santuário e cruzava o templo marcava a localização da falha de Kerna abaixo da antiga plataforma e das ruínas de pedras.
Neste mesmo ano, a equipe arqueológica e geológica de Michael D. Higgins e Reynold Higgins (pai e filho) publicou um livro sugerindo que estávamos na pista certa. Em seu Geological Companion to Greece and the Aegean, assinalam que a linha de fontes sugeria de fato a presença de uma - falha abrupta - indo de noroeste para sudeste através do santuário. Eles apontavam também que não havia nenhuma razão geológica para rejeitar a antiga tradição.

Higgins e Higgins teorizaram que o gás emitido poderia conter dióxido de carbono. Na década anterior, outra equipe científica detectara uma emissão semelhante em outro templo de Apolo, em Hierápolis (atual Parnukkale) na Ásia Menor (atual Turquia e sede de ruínas de várias e extensas cidades gregas). Seguindo a pista de Estrabão, os pesquisadores modernos descobriram que o templo de Apolo em Hierápolis fora deliberadamente construído sobre uma abertura de gases tóxicos que, após concluído o templo, emergiam a partir de uma gruta nas fundações da construção.

O templo em Hierápolis não era um lugar de profecia e o dióxido de carbono não era exatamente um tóxico inebriante, utilizado, isso sim, para tirar a vida dos animais destinados aos sacrifícios, de pássaros a touros. Ainda hoje o gás, emitido irregularmente, mata os pássaros que pousam sobre a cerca de arame farpado construída para manter as pessoas afastadas. Outros templos de Apolo na Turquia, entretanto, eram oraculares e foram construídos sobre fontes ativas, como os templos em Didyma e Claros. Parecia surgir assim uma conexão evidente entre os templos de Apolo e os locais de atividade geológica.

O Gás Perfeito

EMBORA AS FALHAS RECÉM-DESCOBERTAS em Delfos indicassem que os gases e a água da fonte pudessem ter alcançado a superfície através das rachaduras abaixo do templo criadas pelas falhas, não explicavam a produção dos próprios gases. De Boer, entretanto, observara depósitos de travertino, fluxos de calcita, depositados pela água da fonte, revestindo os declives acima do templo e até mesmo uma antiga parede de arrimo. Esses fluxos sugeriram a de Boer que a água subia, através de profundas camadas de pedra calcária, para a superfície, onde depositava mineralizações de calcita (um fenômeno observado também em Hierápolis, na Turquia). Um exame dos estudos geológicos gregos sobre o Monte Parnaso revelou que havia, entre as formações rochosas cretáceas nas proximidades do templo, camadas de calcário betuminoso que continham a elevada taxa de 20% de uma matéria petroquímica.
De Boer percebeu que um sistema tomava forma. As falhas, que estavam bem evidentes nas inclinações salientes do Monte Parnaso, atravessavam o calcário betuminoso. O movimento ao longo das falhas criava a fricção que aquecia o calcário até o ponto em que as substâncias petroquímicas vaporizavam. Estas subiam então ao longo da falha junto com a água da fonte, especialmente nos pontos em que o falhamento cruzado tornava a rocha mais permeável. Com o passar do tempo, a obstrução dos espaços no interior da falha pelas crostas de calcita causava a diminuição das emissões de gás, que só eram restabelecidas após um novo deslizamento tectônico.

O raciocínio de de Boer parecia estar de acordo com as descobertas dos arqueólogos franceses no início do século 20, que haviam finalmente alcançado o leito de rocha sob o ádito poucos anos após a publicação do artigo de Oppé. Abaixo de um estrato de argila marrom eles encontraram a rocha que tinha uma - fissura provocada pela ação das águas -. Acreditamos que essas fissuras foram criadas mais pelas falhas e deslocamentos que pela água, embora elas possam ter sido, com o tempo, ampliadas pela água subterrânea; em tentativas anteriores de alcançar o leito de rocha os arqueólogos franceses observaram que as cavidades permaneciam cheias de água. Acreditamos ainda que a rachadura visível no ádito possa ter sido uma fissura que se estendeu pela camada de argila acima do leito de rocha atravessado pela falha.

Uma meticulosa pesquisa geológica, aliada ao raciocínio, resolveu um enigma atrás do outro, mas restava ainda a questão de quais gases teriam ascendido. De Boer sabia que geólogos trabalhando no golfo do México haviam analisado gases que formavam bolhas ao longo de falhas submersas. Eles descobriram que falhas ativas nesta área de calcário betuminoso estavam produzindo gases leves de hidrocarboneto, como o etano e o metano. O mesmo não poderia ter acontecido em Delfos?

Para investigarmos, pedimos permissão para colher amostras da fonte de Delfos, bem como amostras da rocha de calcário depositada pelas antigas fontes. Esperávamos descobrir nesta rocha porosa vestígios dos gases trazidos à superfície em épocas remotas. Nesse momento, o químico Chanton juntou-se à equipe. Nas amostras de calcário coletadas por de Boer e Hale ele encontrou metano e etano, produto da decomposição do etileno. Chanton foi então para a Grécia coletar amostras das fontes situadas no local do oráculo e em torno dele. A análise da fonte de Kerna revelou a presença de metano, etano e etileno. Como o etileno apresentava um aroma agradável, a presença deste gás parecia apoiar a descrição de Plutarco de um gás cujo cheiro se assemelhava ao de um sofisticado perfume.

Para ajudar a interpretar os possíveis efeitos que tais gases produziriam em pessoas alojadas em um espaço restrito como o ádito, o toxicólogo Spiller integrou o projeto. Seu trabalho com os adolescentes usuários de drogas que ficavam agitados ao inalar substâncias como cola e tíner, muitas das quais contêm gases leves de hidrocarboneto, revelava uma série de paralelos com o relato do estado de transe experimentado pela pitonisa.
Spiller descobriu ainda outros paralelos nos experimentos sobre as propriedades anestésicas do etileno realizados há cinqüenta anos por Isabella Herb, pioneira americana em anestesia. Ela descobriu que uma mistura com 20% de etileno produzia um estado de inconsciência e que concentrações mais baixas induziam um estado de transe. Na maioria dos casos, o transe era benigno: o paciente permanecia consciente, era capaz de se sentar e de responder perguntas, experimentava sensações físicas e euforia e tinha amnésia após retirado o gás. Ocasionalmente, porém, Herb observou reações violentas: o paciente emitia gritos enfurecidos e incoerentes e realizava movimentos descontrolados. Se o paciente tivesse vomitado durante este estado de exaltação, e parte do vômito penetrado em seus pulmões, a conseqüência seria, inevitavelmente, pneumonia e morte. Assim, de acordo com a análise de Spiller, a inalação do etileno poderia explicar as várias descrições dadas aos efeitos do pneuma em Delfos: seu aroma agradável e as diversas influências exercidas sobre as pessoas, inclusive o seu potencial letal.

Uma Inspiração Inesperada

HÁ 2 MIL ANOS PLUTARCO estava interessado em reconciliar religião e ciência. Na qualidade de sacerdote de Apolo, teve de responder aos religiosos conservadores, que discordavam da noção de que um deus usasse um incerto gás natural para realizar um milagre. Por que não entrar no corpo da mulher diretamente? Plutarco acreditava que os deuses precisavam confiar nas substâncias deste mundo corrupto e transitório para realizar suas tarefas. Embora um deus, Apolo era obrigado a comunicar suas profecias por meio das vozes dos mortais e, para isso, precisava inspirá-los com estímulos que pertenciam ao mundo natural. As meticulosas observações de Plutarco e o seu relato sobre as emissões gasosas em Delfos revelam que os antigos não tentavam excluir a investigação científica da compreensão religiosa.

A principal lição que extraímos do projeto oráculo de Delfos não é a surrada mensagem de que a ciência moderna pode esclarecer curiosidades antigas. Mais importante, talvez, é compreender que temos muito a ganhar se abordarmos os problemas com a mente aberta e com enfoque interdisciplinar, como o preferido pelos gregos.




RESUMO / Uma História Inebriante –

No século passado os estudiosos qualificaram como mito a explicação tradicional segundo a qual vapores que emergiam da terra intoxicavam e inspiravam as sacerdotisas profetisas de Delfos.

- Descobertas científicas recentes mostram que esta explicação era, de fato, extraordinariamente precisa.

- Os autores identificaram, em particular, duas falhas geológicas que se cruzavam precisamente sob o local do oráculo.

- Ricas camadas petroquímicas nas formações calcárias da região produziam, provavelmente, etileno, gás que leva a um estado de transe e que pode ter ascendido através das fissuras criadas pelas falhas.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

John Hale, Jelle de Boer, Jeff Chanton e Henry Spiller formaram uma equipe interdisciplinar para investigar o oráculo de Delfos. Hale, arqueólogo da University of Louisville, escreveu anteriormente dois artigos para a Scientific American. De Boer é professor de geologia da Wesleyan University. Chanton é químico e leciona no departamento de oceanografia da Florida State University. O toxicólogo Spiller dirige o Kentucky Regional Poison Center.

Guerreiras da Luz

Adaptação: Eloy Costa Filho







Sem medo de ser feliz

Luiz Gasparetto





"Felicidade é um estado de harmonia. Felicidade é a sensação da alma expandindo, passando pelos nossos sentidos. Felicidade é espiritualidade; é o espírito divino vibrando feliz em você!"

Eu estou consciente e tenho o poder de pensar como eu quero. Tenho o direito de pensar no que eu quero para o meu próprio bem. Eu tenho e posso impor ao meu mundo interior tudo aquilo que eu quiser. E quero me sintonizar com o melhor. Esqueço, a partir de agora, a pessoa que eu fui, sobretudo meus vícios de pensamentos. Penso apenas na paz. Penso nela, permitindo que seu perfume toque minha aura e atinja todas as áreas da minha vida, todos os cantos do meu corpo. Penso na paz com uma mensagem de ordem e equilíbrio perfeito.

Deixo fluir na minha cabeça a consciência do 'eu posso'. Eu posso estar na paz. Impor essa paz é praticar o meu poder pessoal com responsabilidade divina, obtida por herança natural. O melhor para mim é um grande sorriso no peito. É a felicidade barata e fácil a que tenho direito. É tão simples pensar que o melhor está em mim! A beleza está em mim. A suavidade está em mim. A ternura, o calor, a lucidez e o esplendor das mais belas formas do universo estão em mim. Aí eu me abro inteira, viro do avesso e sinto que não há fronteiras nem barreiras para mim. Sinto que o limite é apenas uma impressão. Sinto que cada condição foi apenas a insistência de uma posição. Sinto que sou livre para deixar trocar qualquer posição por outra melhor. Sou livre para descartar qualquer pensamento ruim, qualquer sentimento ou hábito negativo, qualquer paixão dolorosa. Porque eu sou espírito. Sou luz da vida em forma de pessoa.

Ah, universo, eu estou aberta para o melhor para mim. Eu sei que muitas vezes sou levada por uma série de pensamentos ruins. Mas é porque eu não conhecia a força da perfeição. Eu não conhecia a lei do melhor. Agora eu me entrego, me comprometo comigo, com o universo e contigo. Vou manter a minha mente aberta. Esse momento me desperta, me traz a inspiração ao longo do dia onde se efetiva a luz que irradia para quem insiste no próprio aperfeiçoamento.

Não quero pensar nas minhas fraquezas. Quero olhar bem fundo nos meus olhos e ver como eu sou bonita, como fiz e faço coisas maravilhosas e como o meu peito está cheio de vontade. Eu assumo a responsabilidade sobre essas vontades e me projeto com força nessa identidade de saber que eu posso, sim, fazer o melhor. Despertar o meu espírito é viver nele. É ter a satisfação de ser eu mesma. É poder ser original, única, pequena e grande ao mesmo tempo. Sei agora que o melhor está a meu favor. Meu sucesso, aliás, é o sucesso de Deus que se manifesta em mim como pessoa em transformação. Eu sinto como se tivesse sentado nessa cadeira da solidez universal porque eu estou no meu melhor. Porque sou o sucesso da eternidade, porque estou há milhares de anos seguindo e não fui destruída. Porque o universo garante. Grito dentro de mim mesma: de todas as coisas da vida, o melhor ainda sou eu. O melhor sou eu!

domingo, 18 de julho de 2010

O Medo e a Coragem...

Por: Vera Lucia Ciencias Ocultas



Um grande rei pediu a seu mago que lhe trouxesse o homem mais corajoso do mundo, para uma missão perigosa.

O mago lhe trouxe três homens, para fazerem um teste.


Todos foram a um campo onde havia um celeiro na extremidade oposta. O mago disse:

- Vocês têm que ir até o celeiro e trazer o que estiver lá dentro. Vai um de cada vez.


O primeiro homem começou a atravessar o campo, muito seguro de si, mas de repente caiu uma tempestade terrível, que fez o chão todo tremer. O homem teve medo, mas continuou. A tempestade foi aumentando, fazendo um barulho ensurdecedor. O homem não aguentou a intensidade das chuvas e tremores, e caiu ao chão.


O segundo homem observou a situação e decidiu atravessar o campo correndo. Logo ultrapassou o outro, caído no chão. Continuou correndo, mas a inundação e os raios erram horrendos. Um buraco abriu no chão, e o segundo homem também caiu.


O terceiro homem decidiu caminhar bem devagar, testando seus passos. Estava tremendamente apavorado, mas seu maior medo era ser chamado de covarde. Ultrapassou o primeiro homem e pensou “Até aqui estou bem.” Continuou lentamente, enquanto o céu escurecia ainda mais e o campo estava quase virando um lago. Chegou perto do segundo homem e pensou “Até aqui estou bem”. Vagarosamente, alcançou o celeiro, que já estava quase desmoronando, e pensou: “Se continuo bem até aqui, continuarei avançando.”


Entrou no celeiro e ali havia um cavalo branco selado, e uma armadura de prata. O homem vestiu a armadura, montou o cavalo e foi ao encontro do rei e do mago, se apresentando:

- Senhor, estou pronto para a missão.

O rei perguntou:

- Como você está se sentindo?

- Até aqui, estou bem.


Namastê.

sábado, 17 de julho de 2010

Arwen & Aragorn ...



Memórias de Uma Gueixa ...

como é lindo o amor...





Para pensar...

kama Sutra

O Kama Sutra foi escrito para a nobreza da Índia por um nobre, Vatsyayana, em alguma época entre 100 e 400 d.C. Escrito originalmente em sânscrito, está inserido na concepção de mundo da religião hindu. Seus ensinamentos, embora conduzam ao prazer, visam, em primeiro lugar, à elevação espiritual do homem, em sua trajetória religiosa.

Kama significa amor, prazer, satisfação. É um dos três sustentáculos da religião hindu. Os outros são Dharma e Artha. Dharma é o mérito religioso e Artha a aquisição de riquezas e bens.

Os hindus acreditavam que aquele que praticar Dharma, Artha e Kama, sem se tornar escravo das paixões, conseguirá êxito em todos os seus empreendimentos. Em outras palavras, deve-se desfrutar as riquezas e os prazeres sexuais sem jamais perder a virtude religiosa.

Naqueles dias, o nobre típico hindu levava uma vida de luxo ocioso e tinha bastante tempo livre para se dedicar, se assim o desejasse, ao aprendizado e ao aperfeiçoamento das habilidades sociais, sexuais e artísticas descritas em livros como o Kama Sutra.

Esperava-se do cidadão ideal que dedicava sua vida à conquista de três metas:

darma - aquisição de mérito religioso;
artha - aquisição de riquezas e
kama - aquisição de amor ou prazer sexual.

O Kama Sutra pretendia ajudar na terceira destas metas

Estas três metas possuem suas contrapartes modernas. Muitos de nós não somos tão voltados para a religião,mas buscamos desenvolvimento pessoal e realização; muitos de nós não aspiram grandes riquezas, mas sim ter o dinheiro suficiente para viver confortavelmente; e a maioria de nós quer um relacionamento sexual carinhoso.

O Kama Sutra era destinado aos homens, pois as mulheres na época eram submissas demais, mas isto não quer dizer que ele ignora as necessidades femininas.

“Segundo seus ensinamentos, a pessoa sagaz e prudente, que leva em conta Dharma, Artha e Kama, sem se tomar escrava de suas paixões, é bem-sucedida cm todos os seus empreendimentos.”



sexta-feira, 16 de julho de 2010

Absinto.. Vlad e Mina..





Na Grécia Antiga, esta planta era dedicada à deusa Artemis (Diana, entre os romanos, deusa da caça e da castidade). Daí a origem de seu nome científico.

É uma erva originária da Europa e da Ásia, de folhas recortadas de cor cinzenta, de sabor amargoso e que se utiliza como planta medicinal e na fabricação da bebida conhecida como absinto.

O absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e princípios do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganho alguma popularidade com a sua legalização em vários países.

Acreditava-se que o Absinto era afrodisíaco e potencializador da criatividade. Como causava efeitos alucinógenos era conhecido como A Fada Verde, a fada que visita o pensamento de quem bebe.

O licor era muito consumido por artistas e intelectuais durante o século XIX como Van Gogh, Degas, Verlaine, Lautrec, Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Vincent van Gogh, Oscar Wilde, e Aleister Crowley eram adeptos da fada verde,e outros tão famosos quanto.

"Os pensamentos fluem com facilidade, emoções ocultas sob o manto
de preocupações diárias vêm à tona."

Uma estória de amor...





"A história de ficção do Drácula, de Bram Stoker narra a saga de um conde que se revolta contra sua religião depois de perder sua amada. O conde era um homem de extrema força e de um amor ainda maior. Essa força do amor somada ao ódio contra Deus o transformou na criatura da noite mais temida e conhecida de todos os tempos.

Esse é o conto da fantasia, mas na realidade existiu realmente um Conde que vivia na Transilvânia sem nenhum escrúpulo e amor. Seu nome era Vlad Tepes IV.

Vlad Tepes IV nasceu na Transilvânia no ano de 1431, na cidade de Sighisoara. Inventou o apelido de Dracul que significava filho daquele que pertencia à Ordem do Dragão. Mas, como em romeno Dracul quer dizer Satanás, quando o povo descobriu o que Vlad fazia mudou o nome de filho do Dragão para "filho do Demônio" (em romeno, Drácula).

quinta-feira, 15 de julho de 2010


Durante anos esperamos encontrar alguém que nos compreenda,
alguem que nos aceite como somos, capaz de nos oferecer
felicidade apesar das duras provas.
Apenas ontem descobri que esse mágico alguem é o rosto que
vemos no espelho

Richard Bach


Uma pequena fenda, uma centelha...
Um pouco de luz... Sim, é suficiente.
Seus olhos se abrem e agora já pode ver: o caminho está à sua frente.
Não tema, permita que o seu coração possa lhe guiar.
Não desperdice suas energias em coisas que esvaziam seu ser, que possam roubar a luz do seu olhar.
Abandone o que lhe faz sofrer, o que não lhe deixa ver quem você realmente é.
Deixe que seu ser seja acolhido pelas mãos calorosas do amor e sinta que ai está a sua alegria,o seu preenchimento, a sua confiança.
Todo pensamento sem amor tem que ser desfeito para que você possa contemplar a sua verdadeira realidade, uma realidade onde a luz é presente, mostrando que o amor é maior que tudo e que só através dele você pode realizar o seu crescimento, a sua plenitude.
Para ser feliz, você tem que ser de coração.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Akhenaton


“O belo príncipe,
O eleito do Sol,
Rei do Alto e do Baixo Egito.
Vive na harmonia universal,
Senhor dos Dois Países,
Belo filho do vivo Aton,
Cujo nome permanecerá para sempre.”

POEMAS DEDICADOS A NEFERTITI

Akhenaton


“Clarão de rosto,
Alegremente ornado com a dupla pluma,
Soberana da felicidade,
Dotada de todas as virtudes,
A cuja voz o povo se regozija,
Senhora de graça, grande de amor,
Cujos sentimentos alegram
O senhor dos dois países...
A princesa herdeira,
Grande em favores,
Senhora da felicidade,
Que resplandece com suas duas plumas,
Que alegra com sua voz os que a escutam,
Que fascina o coração do rei em sua casa,
Satisfeita com tudo o que o povo lhe diz,
A Grande é a esposa bem-amada do rei,
Senhora dos dois países,
“Lindas são as belezas de Aton”,
“A bela que chegou,
Viva para sempre.”








“Eu respiro o doce sopro,
Que sai da tua boca;
Eu vejo tua beleza, todo o dia;
É meu desejo ouvir a tua doce voz,
Semelhante ao vento do norte;
De sentir meus membros revigorados,
Pela tua vida e pelo teu amor.
Dá-me tuas mãos,
Que seguram teu espírito,
Que eu possa receber,
E viver por meio dele.
Chama meu nome à Eternidade,
E ele não perecerá jamais.”

O SOL DE AKHETATON

Dr. Geraldo Rosa Lopes




Olhamos extasiados para um passado remoto, nas sendas gloriosas de uma época de esplendores e de mistérios.
Na fímbria do horizonte brilham os pórticos e os palácios da mítica Akhetaton, onde, sob um céu de diáfana luminosidade, resplandeciam os raios dourados de uma nova divindade, o Aton das novas crenças religiosas de Akhenaton.
Místico e filósofo, o grande Faraó lançava as bases de sua convicção em um Deus – Único, nos dogmas de uma religião de pureza, amor e de paz.
Soberba concepção, Consciência divina, novos tempos, aquele Aton magnífico, doador de vida, flor sagrada nos mistérios de Akhenaton e Nefertiti.
E a cidade-santuário exibia, orgulhosa, seus templos e seus palácios, suas capelas e seus rituais, nas manhãs douradas, nas tardes estuantes de galas e de poesia, e nos crepúsculos nostálgicos de pontes deslumbrantes, diluindo-se, lentamente, na transição para as primeiras sombras da noite.
E, em dias ensolarados, o divino Aton resplandecia naqueles céus de aquarelas, nos longes do firmamento e, carinhosamente, enviava sua mensagem de paz e de ternura, de espiritualidade e de vida, à sensibilidade humana.

Nas alturas em louvor ao deus, Akhenaton e Nefertiti consagravam seus rituais e suas oferendas ao Grande Sol. As estrofes do “Hino a Aton”, ecoavam em suaves acordes ao longo das colunas e das salas hipóstilas, misturadas às volutas do incenso propiciatório, que se elevavam aos céus, quais orações e preces para uma vida de esperanças e de renascimento.
Akhenaton e Nefertiti oravam ao grande deus. Akhenaton brilhava em seus esplendores. Vivia-se uma época de religiosidade e de requinte, beleza e refinamento, e o delicado perfume de lótus impregnava aqueles ambientes de uma corte elegante e deliciosamente alegre, mas consciente de seu inexorável destino na concepção de um Deus Único para a Humanidade.
Sua arte naturalística, familiar e humana, refletia as profundas convicções religiosas, sua sensibilidade e os anseios de uma sociedade culta e sensível.
E Akhetaton ainda cintila na amplidão dos séculos. Vejo-a em minha imaginação. Como é bela; como é encantadora!
Alvoreceres belíssimos, tardes de sol, ocasos suntuosos, prelúdios de noites feiticeiras e deslumbrantes.
Brisas amenas, bandos de garças cruzando a amplidão, magia e misticismo nas noites de Akhetaton!...
Mundos siderais, miríades de estrelas e de constelações, brilhos, cintilações, poeiras cósmicas, recamos de prata nas noites dos deuses. Céus longínquos, mundos distantes... Caminhos para a eternidade!...
O Sol de Akhenaton ainda nos ilumina!...

NEFERTITI

Dr. Geraldo Rosa Lopes




Bela que chegas, como figura esguia,
Iluminando as noites de Akhetaton,
Vestida de céus, envolta em poesia,
Rainha-deusa nos sonhos de Akhenaton.



Admiro o teu rosto belo e sereno,
Filha querida de Aton bem amada,
Nas manhãs de luz, no nascente ameno,
Na tarde tranqüila e na noite estrelada.



Círio de lume que, em altares velados,
Brilhas nos cultos da nova ideologia,
E nos hinos sublimes a Aton consagrados.



Lindo pássaro efêmero de eras distantes
Cantaste os teus cantos de ternura e de amor,
Em versos sentidos e em estrofes vibrantes.

AKHENATON E NEFERTITI

Ondina Balzano




Almas Gêmeas,

Imagens refletidas

Em espelho de cristal,

Corações unidos

Pelo amor real.

Chamas ardentes,

Complementos divinos,

Em formas diferentes,

Cruzando os destinos

Por caminhos distantes.

Ao passar de muitas vidas,

Na essência espiritual,

Refletem a beleza

Que ama a natureza,

Pelo divino esplendor.

Energia misteriosa

De um sonho de amor ,

Brilhante como o Sol,

Na paixão mais gloriosa

Do eterno sentir...

Sublimes corações!.

Hino a Nefertiti





"Com seu esbelto colo e peito radiante tem por cabelos verdadeiro lápis-lazúli;
seus braços superam os da deusa do amor e seus dedos são como cálices de lótus.
Ela "a de nobres andares" quando pisa a terra faz com que todos se voltem para
contemplá-la e é como se contemplassem aquela que é a Única..."

Nefertiti e o Faraó Akhenaton juntos introduziram reformas religiosas e culturais. A ação mais radical que se distanciava da tradição religiosa foi a rejeição dos deuses egípcios e a dedicação ao deus do sol Aton.
No quinto ano do reino de Akhenaton, o casal real mudou sua residência oficial de Tebas para Aketon: "Lugar da luz de Aton" — a cidade agora conhecida pelo nome árabe Tel-el-Amarna.
Em Karnak, que até então teria sido o tradicional centro para o culto de Amon, novos templos foram construídos em honra do deus do sol. Estes eram decorados com um grande número de imagens de Nefertiti que tinha, como monarca, o título adicional de "Neferneferuaton" — Perfeita é a perfeição de Aton".
Nefertiti era imortalizada em templos e em monumentos mais do que qualquer outra rainha egípcia, antes e depois dela. É provável que a linda rainha tenha recebido o título de Alto Padre — uma posição que era supostamente reservada só para reis.

Fênix

Flavio Venturini/Jorge Vercilo



Eu, prisioneiro meu
Descobri no breu
Uma constelação
Céus
Conheci os céus
Pelos olhos seus
Véu de contemplação

Deus condenado eu fui
A forjar o amor
No aço do rancor
E assim transpor as leis
Mesquinhas dos mortais

Vou
Entre a redenção
E o esplendor de por você viver
Sim
Quis sair de mim
Esquecer quem sou
E respirar por ti
E assim transpor as leis
Mesquinhas dos mortais

Agoniza
Virgem fênix o amor
Entre cinzas arco-íris e esplendor
Por viver as juras de satisfazer
O ego mortal

Coisa pequenina
Centelha divina
Renascer das cinzas
Onde foi ruína
Pássaro ferido
Hoje é paraíso

Luz da minha vida
Pedra de alquimia
Tudo que eu queria
Renascer das cinzas

Quando o frio vem aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
A luz da escuridão
E a dor revela a mais esplêndida
Emoção
O amor



~ O Amor ~

~ Gibran Kahlil Gibran ~

Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:

Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

O segredo de Shambhala




"A existência lendária de Shambhala está ligada a formas ancestrais de viver e saber - a sua revelação pode ter um profundo impacto no modo como cada um de nós vive a sua vida. A viagem física e espiritual até Shambhala começa com as palavras de uma criança e a visão de um velho. Kathmandu, no Nepal, e depois Lhasa, no Tibete, são lugares de passagem para a transformação interior necessária para entrar em Shambhala. No final da viagem aguarda-nos a revelação de uma energia capaz de libertar a vida de cada um e, ao mesmo tempo, contribuir activamente para transformar o mundo."