Por: Anna Leão
Onde está a beleza de uma mulher? No corpo, no rosto, num olhar, no andar, no conjunto?
A beleza de uma mulher é mais do que todas essas coisas juntas. A beleza de uma mulher está em sua luz própria, na própria singularidade de sua personalidade.
A beleza de uma mulher não está nos padrões impostos pela cultura, mídia e sociedade em geral. A beleza não está no igual, ela está na diferença.
A verdadeira beleza é muito mais que uma simples aparência. Ela pode se expressar através da aprência, o que é bem diferente, mas ela é algo quase que energético. Não, ela realmente é algo energético!
Pena que a maioria das mulheres não preceba isto. Muitas mulheres presas aos padrões convencionados de beleza não conseguem enxergar a sua própria beleza, o que dificulta em expressá-la.
Vejo mulheres que não se encaixam nestes padrões impostos e com isto rejeitam os elogios verdadeiros que recebem. Por elas não estarem nos padrões, elas não percebem a energia de beleza que emanam, um sorriso fascinante que têm, um charme natural, sua própria exuberância.
Assim elas não acreditam que alguém possa achá-las lindas de fato. Acabam encarando estes elogios como gentileza, ou mesmo falsidade.
Outro dia, a mãe de um colega de minha filha mais nova disse que conversava com seu filho sobre a beleza das mulheres. O menino, já influenciado pela ditadura dos padrões de beleza inseridos na coletividade, dizia que achava alguma colega não bonita em comparação com outra.
Sua mãe lhe disse que cada mulher traz consigo a sua própria beleza, que existem vários tipos de beleza e não só aquela convencionada. Achei fantástica esta orientação ao menino, em vez dela querer que ele "namorasse" a conceituada como a mais bonita da classe. Com isto esta mãe pode mostrar ao seu filho que beleza não é só aprência, e sim algo que transcende a aparência, algo muito maior, que leva em conta todo o ser, no caso, toda a mulher.
Lembro também de uma vez em que um colega me dizia : " Embora você não faça o típico padrão de beleza brasileira eu te acho bonita". Ouvi aquilo não como elogio e sim como uma grande ofensa, e ainda fiquei com a impressão de que ele achava que estava me fazendo um grande elogio. Virei para ele e indaguei? " Hã?". Ele continuou: "Sim, pois você não tem bundão, não é morena..." Percebi com estas palavras que ele achava também que eu não me considerava bonita. Então eu lhe disse: "Mas é por isto mesmo que eu me acho bonita! Ou você acha que eu não tenho consciência da minha beleza?" O rapaz ficou tentando se explicar, todo enrolado...
Mulheres que tiram proveito de seus traços marcantes, mesmo que considerados desarmônicos esteticamente, são mulheres belas porque têm autoconfiança. São mulheres com uma auto-estima elevada. Soube de uma mulher que nunca quis abrir mão( no caso cirurgicamente) de seu nariz majestoso porque achava que ele fazia parte da sua personalidade marcante.
Enfim, sabermos valorizar o que somos, sabermos que nossa beleza é muito mais do que é convencionado, ou do que está na moda é uma forma de beleza, pois é autoconfiança, e não existe nada que deixe uma mulher mais bela do que esta, a autoconfiança.
"Os vossos corações conhecem,no silêncio,os segredos dos dias e das noites.Mas os vossos ouvidos têm sede de ouvir finalmente o eco do saber dos vossos corações. Gostaríeis de saber pelo verbo o que sempre soubeste pelo pensamento.Gostaríeis de sentir com os dedos o corpo nu dos vossos sonhos.E está certo que assim o queirais. A fonte oculta da vossa alma deve necessariamente jorrar e correr a murmurar para o mar;e o tesouro das vossas profundezas infinitas revelar-se aos vossos olhos..."Gibran
terça-feira, 2 de novembro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
O que é o Tarot?
Meire Maso
Um alfabeto simbólico? Um alfabeto mágico, arquétipos do ser humano..diagrama da vida terrestre, mensagem do inconsciente, uma ponte entre a alma e o espírito? Ou será um legado de homens sábios?
O Tarô é constituído de 78 cartas que denominamos de arcanos (mistério, oculto, o que precisa ser desvelado) e está dividido em dois grupos: 22 símbolos principais denominados arcanos maiores que designam a vontade humana, seus anseios, idéias, potencialidades, probabilidades, e 56 símbolos secundários denominados de arcanos menores que determinam a direção e os objetivos conceituados nos arcanos maiores. Um se relaciona com a VIDA, o modelo das idéias, e o outro com a FORMA, o modelo da realização.
Ambos os conjuntos relatam a experiência humana: a orientação presente e melhor construção do futuro.
O Tarô é um Oráculo baseado na estrutura mental do ser humano, dos fatos naturais de acontecimentos da vida: tudo tem começo, meio e fim. Seus símbolos são transposições arquétipos de nosso comportamento. Tudo em nossa existência pode ser encontrado nos arcanos do tarô, basta saber ler este maravilhoso alfabeto mágico.
Contudo, os arcanos do Tarô não se destinam somente às vias divinatórias para verificar o amor, saúde, finanças, profissão, família, casamento, namoro. Todos esses valores são apenas pequenos detalhes no Universo Tarológico.
A real importância se encontra em seu estudo sistemático: a via do autoconhecimento; pois, uma vez adquirida, novos rumos e diretrizes serão traçadas por si mesmo, mudando por completo a vida e seus valores.
Enfim, tarô é um oráculo, é autoconhecimento, é terapia, é evolução...
Um alfabeto simbólico? Um alfabeto mágico, arquétipos do ser humano..diagrama da vida terrestre, mensagem do inconsciente, uma ponte entre a alma e o espírito? Ou será um legado de homens sábios?
O Tarô é constituído de 78 cartas que denominamos de arcanos (mistério, oculto, o que precisa ser desvelado) e está dividido em dois grupos: 22 símbolos principais denominados arcanos maiores que designam a vontade humana, seus anseios, idéias, potencialidades, probabilidades, e 56 símbolos secundários denominados de arcanos menores que determinam a direção e os objetivos conceituados nos arcanos maiores. Um se relaciona com a VIDA, o modelo das idéias, e o outro com a FORMA, o modelo da realização.
Ambos os conjuntos relatam a experiência humana: a orientação presente e melhor construção do futuro.
O Tarô é um Oráculo baseado na estrutura mental do ser humano, dos fatos naturais de acontecimentos da vida: tudo tem começo, meio e fim. Seus símbolos são transposições arquétipos de nosso comportamento. Tudo em nossa existência pode ser encontrado nos arcanos do tarô, basta saber ler este maravilhoso alfabeto mágico.
Contudo, os arcanos do Tarô não se destinam somente às vias divinatórias para verificar o amor, saúde, finanças, profissão, família, casamento, namoro. Todos esses valores são apenas pequenos detalhes no Universo Tarológico.
A real importância se encontra em seu estudo sistemático: a via do autoconhecimento; pois, uma vez adquirida, novos rumos e diretrizes serão traçadas por si mesmo, mudando por completo a vida e seus valores.
Enfim, tarô é um oráculo, é autoconhecimento, é terapia, é evolução...
terça-feira, 19 de outubro de 2010
O Tempo e o Homem
Maria Bernadete
Por sábio que o homem seja,
O tempo tange.
È o tempo seguindo na frente
E o homem marchando atrás.
É o tempo fazendo coisas
Que o homem morre e não faz.
O tempo é muito forte
O homem é fraco demais
Entre o tempo e o homem
Existem coisas fatais
O tempo faz sem dizer
O homem diz e não faz.
Dizia Augusto dos Anjos
Ah muito tempo atrás
Só a passagem do tempo
Assombra o homem demais
Que o tempo vai em lugares
Que o homem morre e não vai.
O tempo é quem domina
Do amanhecer ao anoitecer
De acordo com o tempo
Tudo pode acontecer
Que este planeta terrestre
È ruim de se entender.
O tempo é empurrado
Pelo dia atrás do outro.
Ele pega um troncho,deixa certo
Pega o certo,deixa torto.
Pega um doente,deixa bom
Pega um bom,deixa morto.
O tempo é vaidoso
Disse sabe até os brancos
Ele pega um troncho,deixa certo
Pega um certo,deixa torto
Pega um cego,deixa sábio
Pega um sábio,deixa louco.
O tempo age certo
E às vezes ele age errado
Pega o ceco,deixa verde
Pega o verde,deixa tirado
Pega um pobre deixa rico
Por sábio que o homem seja,
O tempo tange.
È o tempo seguindo na frente
E o homem marchando atrás.
É o tempo fazendo coisas
Que o homem morre e não faz.
O tempo é muito forte
O homem é fraco demais
Entre o tempo e o homem
Existem coisas fatais
O tempo faz sem dizer
O homem diz e não faz.
Dizia Augusto dos Anjos
Ah muito tempo atrás
Só a passagem do tempo
Assombra o homem demais
Que o tempo vai em lugares
Que o homem morre e não vai.
O tempo é quem domina
Do amanhecer ao anoitecer
De acordo com o tempo
Tudo pode acontecer
Que este planeta terrestre
È ruim de se entender.
O tempo é empurrado
Pelo dia atrás do outro.
Ele pega um troncho,deixa certo
Pega o certo,deixa torto.
Pega um doente,deixa bom
Pega um bom,deixa morto.
O tempo é vaidoso
Disse sabe até os brancos
Ele pega um troncho,deixa certo
Pega um certo,deixa torto
Pega um cego,deixa sábio
Pega um sábio,deixa louco.
O tempo age certo
E às vezes ele age errado
Pega o ceco,deixa verde
Pega o verde,deixa tirado
Pega um pobre deixa rico
terça-feira, 28 de setembro de 2010
A percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória e sim uma realidade.
Marco Antonio
A Casa do Mago -Ano II
Gaia, esse super-organismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E se vai conseguir é a resposta que fica no ar, mas e se de fato conseguir, qual será o preço a ser pago pela biosfera e pelos seres que dependem dela, como nós, os humanos que só fazemos aproveitar desse organismo vivo?
A tese recorrente entre grandes cientistas e biólogos é de que a Terra, efetivamente, é um super-organismo vivo. Eu vou além, acho que o ser humano e a Terra deveriam (obrigatoriamente) viver em perfeita harmonia. Mas é algo que não acontece há tempos.
E como espécies inteiras simplesmente desapareceram da face da Terra, talvez a nossa espécie esteja ameaçada de extinção sem saber ou perceber. Segundo Schumann, todos nós possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes de Schumann. Logo, se o coração da Terra parar, o mesmo acontece conosco.
Com base nisso, foi feito um filme de ficção há alguns anos onde a natureza simplesmente reage, matando diversas pessoas em grupo. O efeito em questão durou apenas 24 horas, teve seu cume e simplesmente acabou da mesma forma que começou. Foi uma reação da Terra contra o homem. É claro que o filme é apenas ficção, mas se fizermos uma pausa para refletir sobre tudo isso, veremos que a Terra está sim reagindo contra nós e não me surpreenderia se amanhã eu ligasse a tv ou meu computador e percebesse que alguma coisa muito grave aconteceu ou nem tivesse tempo pra isso porque tudo parou…
O futuro há algum tempo não tem mais definição de “amanhã”!
A Casa do Mago -Ano II
Gaia, esse super-organismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E se vai conseguir é a resposta que fica no ar, mas e se de fato conseguir, qual será o preço a ser pago pela biosfera e pelos seres que dependem dela, como nós, os humanos que só fazemos aproveitar desse organismo vivo?
A tese recorrente entre grandes cientistas e biólogos é de que a Terra, efetivamente, é um super-organismo vivo. Eu vou além, acho que o ser humano e a Terra deveriam (obrigatoriamente) viver em perfeita harmonia. Mas é algo que não acontece há tempos.
E como espécies inteiras simplesmente desapareceram da face da Terra, talvez a nossa espécie esteja ameaçada de extinção sem saber ou perceber. Segundo Schumann, todos nós possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes de Schumann. Logo, se o coração da Terra parar, o mesmo acontece conosco.
Com base nisso, foi feito um filme de ficção há alguns anos onde a natureza simplesmente reage, matando diversas pessoas em grupo. O efeito em questão durou apenas 24 horas, teve seu cume e simplesmente acabou da mesma forma que começou. Foi uma reação da Terra contra o homem. É claro que o filme é apenas ficção, mas se fizermos uma pausa para refletir sobre tudo isso, veremos que a Terra está sim reagindo contra nós e não me surpreenderia se amanhã eu ligasse a tv ou meu computador e percebesse que alguma coisa muito grave aconteceu ou nem tivesse tempo pra isso porque tudo parou…
O futuro há algum tempo não tem mais definição de “amanhã”!
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Persephone
Algosobre/mitologia
Persephone é uma deusa grega que na literatura representa a deusa da poesia iâmbica, que de uma forma bem simples e leiga podemos associar ao riso. Na mitologia da Grécia Antiga ela era a filha da deusa Deméter (deusa da agricultura) e de Zeus. Por sua beleza, despertou o interesse do deus Hades (deus do "submundo"). Zeus concedeu sua filha a Hades que levou-a para seu reino subterrâneo. Triste pela separação, Deméter, sua mãe, apenas chorava e não cuidou de "seus afazeres" o que causou a seca ao povo.
A fim de acabar com esse problema, Zeus negociou com seu irmão Hades que Persephone passaria metade do ano com seus pais na Terra e a outra metade com Hades no submundo. Quando Persephone estava com sua mãe, a terra produzia e quando estava no submundo a terra secava, devido à tristeza de sua mãe. Isso na mitologia explicava as estações do ano para os gregos. Assim, Persephone por passar metade do ano no mundo dos vivos como uma eterna adolescente e a outra metade no mundo dos mortos como rainha deste, ela pode ser associada à dualidade da personalidade humana.
A rainha do mundo infernal, ficava vigiando as almas e sabia os segredos das trevas.
A deusa da agricultura sempre se preocupava apenas em colher flores, mas foi crescendo e com isso sua beleza foi encantando a todos, e encantou o deus Hades, o senhor dos mortos, que pediu a deusa em casamento. Porém, Demeter não queria que eles se casassem, mas Hades mesmo assim não desistiu da deusa e continuou a persegui-la. Até que um dia Perséfone estava colhendo narcisos, e de repente Hades apareceu da terra em sua carruagem e levou a deusa para o mundo dos mortos.
Demeter não se conformou a com a situação de sua filha e obrigou que Zeus atendesse seu pedido, foi então que ele pediu a Hades que devolvesse sua filha. Hades não devolveu Perséfone e ainda conseguiu um plano para que ela continuasse com ele. Ele deu à Perséfone uma Romã, que era o fruto do casamento. Como a deusa tinha comido os grãos, não podia deixar mais seu marido, foi então que Perséfone passava um período com sua mãe e outro com seu marido, e se torna a sombria Proserpina. Deste momento em diante, a cada vez que ela estava com seu marido virava inverno na terra, e quando estava no Olimpo com sua mãe se tornava novamente uma adolescente e chegava a primavera, o verde da natureza fazia brotar muitas flores e frutos. E mesmo sendo uma relação muito complicada, vive com muito amor com seu marido Hades.
Perséfone, por sua beleza sempre atraiu muitos olhares. É inimiga de Afrodite por ser esta ser muito bela. Até Zeus, seu pai, se sentiu atraído por sua filha e conta-se que tiveram um filho juntos em forma de serpente, que seria o Sabázio. Também teve um amor com Hércules e com ele teve um filho, o Zagreus.
Afrodite e Perséfone além de ficarem rivais pela beleza, também lutaram pela posse de Adônis, um belo rapaz que era amado por ambas. Afrodite para preservar Adônis o prendeu em um baú e mandou a Perséfone para que ela cuidasse, mas ao chegar às mãos dela, ela abriu o baú e se encantou com sua beleza e se recusou a devolver para Afrodite. Foi então que Zeus decidiu que Adônis ficaria um terço do tempo com Afrodite e outro terço com Perséfone, e os outros dias faria o que ele quisesse.
Persephone é uma deusa grega que na literatura representa a deusa da poesia iâmbica, que de uma forma bem simples e leiga podemos associar ao riso. Na mitologia da Grécia Antiga ela era a filha da deusa Deméter (deusa da agricultura) e de Zeus. Por sua beleza, despertou o interesse do deus Hades (deus do "submundo"). Zeus concedeu sua filha a Hades que levou-a para seu reino subterrâneo. Triste pela separação, Deméter, sua mãe, apenas chorava e não cuidou de "seus afazeres" o que causou a seca ao povo.
A fim de acabar com esse problema, Zeus negociou com seu irmão Hades que Persephone passaria metade do ano com seus pais na Terra e a outra metade com Hades no submundo. Quando Persephone estava com sua mãe, a terra produzia e quando estava no submundo a terra secava, devido à tristeza de sua mãe. Isso na mitologia explicava as estações do ano para os gregos. Assim, Persephone por passar metade do ano no mundo dos vivos como uma eterna adolescente e a outra metade no mundo dos mortos como rainha deste, ela pode ser associada à dualidade da personalidade humana.
A rainha do mundo infernal, ficava vigiando as almas e sabia os segredos das trevas.
A deusa da agricultura sempre se preocupava apenas em colher flores, mas foi crescendo e com isso sua beleza foi encantando a todos, e encantou o deus Hades, o senhor dos mortos, que pediu a deusa em casamento. Porém, Demeter não queria que eles se casassem, mas Hades mesmo assim não desistiu da deusa e continuou a persegui-la. Até que um dia Perséfone estava colhendo narcisos, e de repente Hades apareceu da terra em sua carruagem e levou a deusa para o mundo dos mortos.
Demeter não se conformou a com a situação de sua filha e obrigou que Zeus atendesse seu pedido, foi então que ele pediu a Hades que devolvesse sua filha. Hades não devolveu Perséfone e ainda conseguiu um plano para que ela continuasse com ele. Ele deu à Perséfone uma Romã, que era o fruto do casamento. Como a deusa tinha comido os grãos, não podia deixar mais seu marido, foi então que Perséfone passava um período com sua mãe e outro com seu marido, e se torna a sombria Proserpina. Deste momento em diante, a cada vez que ela estava com seu marido virava inverno na terra, e quando estava no Olimpo com sua mãe se tornava novamente uma adolescente e chegava a primavera, o verde da natureza fazia brotar muitas flores e frutos. E mesmo sendo uma relação muito complicada, vive com muito amor com seu marido Hades.
Perséfone, por sua beleza sempre atraiu muitos olhares. É inimiga de Afrodite por ser esta ser muito bela. Até Zeus, seu pai, se sentiu atraído por sua filha e conta-se que tiveram um filho juntos em forma de serpente, que seria o Sabázio. Também teve um amor com Hércules e com ele teve um filho, o Zagreus.
Afrodite e Perséfone além de ficarem rivais pela beleza, também lutaram pela posse de Adônis, um belo rapaz que era amado por ambas. Afrodite para preservar Adônis o prendeu em um baú e mandou a Perséfone para que ela cuidasse, mas ao chegar às mãos dela, ela abriu o baú e se encantou com sua beleza e se recusou a devolver para Afrodite. Foi então que Zeus decidiu que Adônis ficaria um terço do tempo com Afrodite e outro terço com Perséfone, e os outros dias faria o que ele quisesse.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
o amor...
1 Cor 13:13
"O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará."
"O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará."
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Amar
Gibran
És livre na luz do sol
e livre ante a estrela da noite.
E és livre quando não há sol,
nem lua ou estrelas.
Inclusive, és livre quando fechas os olhos a
tudo o que existe.
Porém, és escravo de quem amas,
pelo fato mesmo de amá-lo.
E és escravo de quem te ama,
pelo fato mesmo de deixar-te amar.
És livre na luz do sol
e livre ante a estrela da noite.
E és livre quando não há sol,
nem lua ou estrelas.
Inclusive, és livre quando fechas os olhos a
tudo o que existe.
Porém, és escravo de quem amas,
pelo fato mesmo de amá-lo.
E és escravo de quem te ama,
pelo fato mesmo de deixar-te amar.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Ninfas
Por: Imaginário's
As Ninfas são Seres Místicos protetores da natureza. Sua forma é a de delicadas mulheres, com longos cabelos flutuando ao vento e com uma coroa de folhas, flores ou de perolas na cabeça.
Muitos dizem que são as ancestrais das Fadas, Porem são muito mais retraídas que essas, pois nunca vêm para os vilarejos, castelos e cidades, vivendo sempre na natureza.
Originarias da Grécia, espalharam-se por todo o Império Romano e países da África, principalmente nas grutas, fontes e rios do antigo império dos países africanos. No Brasil há ninfas no litoral do Rio Grande do Norte e de Santa Catarina, no Rio Araguaia e no Vale do Rio Doce.
As ninfas são divindades antigas, mortais e pré-helênicas que habitam em lagos, riachos, bosques, florestas, prados e montanhas. Duravam tanto quanto uma árvore e seus outros habitats permanecendo sempre jovens.
São auxiliares dos deuses onde desempenham funções secundárias
De modo geral, as ninfas representavam à fertilidade e são classificadas segundo o local onde habitam (Veremos a classificação das Ninfas no próximo poste).
As Ninfas são sempre alegres e namoradeiras. Adoram correr, brincar e dançar, contudo, é preciso ter cuidado, seu temperamento brincalhão não é irresponsável, pois levam muito a serio as suas funções ecológicas.
Epigéias - Ninfas da terra:
------------Alseídes - associadas a flores
------------Auloníades - associadas a pastos
------------Dríades - associadas a florestas
}}}}}}}}}}}}}}}}}}} Hamadríades - associadas a árvores
------------Leimáquides - associadas a campinas
------------Melíades - associdas ao freixo (uma árvore)
------------Oréades - associadas a montanhas
------------Napéias - associadas a vales
Efidríades - Ninfas da água:
------------Oceânidas - filhas de Oceanus, qualquer corpo de água, normalmente água salgada.
------------Nereidas - filhas de Nereu, associadas ao Mar Mediterrâneo, aos mares calmos e às águas litorâneas.
------------Náiades - associadas à água doce.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Crinéias ou Crinaias- associadas a fontes.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Limnátides ou Limneidas - associadas a lagos perigosos e pântanos.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Pegéias - associadas a mananciais. Potâmides - associadas a rios.
Outras:
------------As musas - filhas de Zeus e Mnemosine, ou de Uranus e Gaia, passaram a compor o séquito de Apolo durante a era olímpica.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Calíope - poesia épica
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Clio - história
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Erato - poesia lírica ou erótica
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Euterpe - música
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Melpômene - tragédia
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Polímnia - poesia sacra
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Tália - comédia
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Terpsícore - dança
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Urânia - astrologia
------------Lâmpades - associadas ao submundo, compõem o séquito de Hécate.
------------Hespérides - guardiãs do Jardim das Hespérides, onde cresciam maçãs de ouro que davam a imortalidade a quem as comesse.
------------Eco- ligada a cavernas
Dentre as "Famílias" de Ninfas temos as Melíades que estão associdas ao freixo (uma árvore), elas representam a durabilidade dasd ninfas, e alem disso são consideradas uma classe de ninfa mito especial, elas habitam os bosques e são Epigéias (Ninfas da terra), e além disso elas protegem as crianças que lá são abandonadas.
As Ninfas são Seres Místicos protetores da natureza. Sua forma é a de delicadas mulheres, com longos cabelos flutuando ao vento e com uma coroa de folhas, flores ou de perolas na cabeça.
Muitos dizem que são as ancestrais das Fadas, Porem são muito mais retraídas que essas, pois nunca vêm para os vilarejos, castelos e cidades, vivendo sempre na natureza.
Originarias da Grécia, espalharam-se por todo o Império Romano e países da África, principalmente nas grutas, fontes e rios do antigo império dos países africanos. No Brasil há ninfas no litoral do Rio Grande do Norte e de Santa Catarina, no Rio Araguaia e no Vale do Rio Doce.
As ninfas são divindades antigas, mortais e pré-helênicas que habitam em lagos, riachos, bosques, florestas, prados e montanhas. Duravam tanto quanto uma árvore e seus outros habitats permanecendo sempre jovens.
São auxiliares dos deuses onde desempenham funções secundárias
De modo geral, as ninfas representavam à fertilidade e são classificadas segundo o local onde habitam (Veremos a classificação das Ninfas no próximo poste).
As Ninfas são sempre alegres e namoradeiras. Adoram correr, brincar e dançar, contudo, é preciso ter cuidado, seu temperamento brincalhão não é irresponsável, pois levam muito a serio as suas funções ecológicas.
Epigéias - Ninfas da terra:
------------Alseídes - associadas a flores
------------Auloníades - associadas a pastos
------------Dríades - associadas a florestas
}}}}}}}}}}}}}}}}}}} Hamadríades - associadas a árvores
------------Leimáquides - associadas a campinas
------------Melíades - associdas ao freixo (uma árvore)
------------Oréades - associadas a montanhas
------------Napéias - associadas a vales
Efidríades - Ninfas da água:
------------Oceânidas - filhas de Oceanus, qualquer corpo de água, normalmente água salgada.
------------Nereidas - filhas de Nereu, associadas ao Mar Mediterrâneo, aos mares calmos e às águas litorâneas.
------------Náiades - associadas à água doce.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Crinéias ou Crinaias- associadas a fontes.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Limnátides ou Limneidas - associadas a lagos perigosos e pântanos.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Pegéias - associadas a mananciais. Potâmides - associadas a rios.
Outras:
------------As musas - filhas de Zeus e Mnemosine, ou de Uranus e Gaia, passaram a compor o séquito de Apolo durante a era olímpica.
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Calíope - poesia épica
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Clio - história
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Erato - poesia lírica ou erótica
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Euterpe - música
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Melpômene - tragédia
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Polímnia - poesia sacra
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Tália - comédia
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Terpsícore - dança
}}}}}}}}}}}}}}}}}}}Urânia - astrologia
------------Lâmpades - associadas ao submundo, compõem o séquito de Hécate.
------------Hespérides - guardiãs do Jardim das Hespérides, onde cresciam maçãs de ouro que davam a imortalidade a quem as comesse.
------------Eco- ligada a cavernas
Dentre as "Famílias" de Ninfas temos as Melíades que estão associdas ao freixo (uma árvore), elas representam a durabilidade dasd ninfas, e alem disso são consideradas uma classe de ninfa mito especial, elas habitam os bosques e são Epigéias (Ninfas da terra), e além disso elas protegem as crianças que lá são abandonadas.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Profecias Maias - 2012
Clube do Tarô
(Notícia publicada pela Folha-UOL)
Nenhum de 15 mil textos maias
profetiza fim do mundo em 2012
México, 6 jul (EFE). Em nenhum dos 15 mil textos existentes dos antigos maias está escrito que em 2012 haverá grandes cataclismos, crença originada em escritos esotéricos da década de 1970.
O diretor do Acervo Hieróglifo e Iconográfico Maya (Ajimaya) do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), Carlos Pallán, disse que só em dois deles há "duas inscrições" que falam em 2012, mas "só como o final do período".
Perante este fechamento do ciclo, os profetas modernos afirmam que um buraco negro no centro da galáxia, quando se alinhar com o sol, romperá o equilíbrio. Com isso, será modificado o eixo magnético da Terra e as consequências serão nefastas.
O cientista destacou em comunicado que estas versões apocalípticas foram geradas em publicações esotéricas nos anos 1970, as quais assinalavam o fim da civilização humana para 2012, data que coincide com o décimo terceiro ciclo no calendário maia, no dia 21 de dezembro.
Pallán explicou que "para os antigos maias, o tempo não era algo abstrato, era formado por ciclos e estes às vezes eram tão concretos que tinham nome e podiam ser personificados mediante retratos de seres corajosos. Por exemplo, o ciclo de 400 anos estava representado como uma ave mitológica".
Os maias "jamais mencionam que o mundo vai acabar, jamais pensaram que o tempo terminaria em nossa época, o que nos reflete à consciência que alcançaram sobre o tempo, a partir do desenvolvimento matemático e da escritura", destacou.
Acrescentou ainda que os maias se preocupavam em efetuar rituais que de algum modo garantissem que o ciclo por vir seria propício, e no caso particular de 2012 é notada uma insistência em "que ainda em data tão distante vai ser comemorado um determinado ciclo. Este foi o miolo da confusão".
O arqueólogo disse que, no entanto, de acordo com os cálculos científicos atuais, a data astronômica precisa do fim de seu ciclo seria 23, e não 21 de dezembro.
Também esclareceu que os maias legitimavam seu poder mediante os calendários e vinculavam os governantes com esses ciclos e com deuses citados em relatos ancestrais ou em mitos.
(Notícia publicada pela Folha-UOL)
Nenhum de 15 mil textos maias
profetiza fim do mundo em 2012
México, 6 jul (EFE). Em nenhum dos 15 mil textos existentes dos antigos maias está escrito que em 2012 haverá grandes cataclismos, crença originada em escritos esotéricos da década de 1970.
O diretor do Acervo Hieróglifo e Iconográfico Maya (Ajimaya) do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), Carlos Pallán, disse que só em dois deles há "duas inscrições" que falam em 2012, mas "só como o final do período".
Perante este fechamento do ciclo, os profetas modernos afirmam que um buraco negro no centro da galáxia, quando se alinhar com o sol, romperá o equilíbrio. Com isso, será modificado o eixo magnético da Terra e as consequências serão nefastas.
O cientista destacou em comunicado que estas versões apocalípticas foram geradas em publicações esotéricas nos anos 1970, as quais assinalavam o fim da civilização humana para 2012, data que coincide com o décimo terceiro ciclo no calendário maia, no dia 21 de dezembro.
Pallán explicou que "para os antigos maias, o tempo não era algo abstrato, era formado por ciclos e estes às vezes eram tão concretos que tinham nome e podiam ser personificados mediante retratos de seres corajosos. Por exemplo, o ciclo de 400 anos estava representado como uma ave mitológica".
Os maias "jamais mencionam que o mundo vai acabar, jamais pensaram que o tempo terminaria em nossa época, o que nos reflete à consciência que alcançaram sobre o tempo, a partir do desenvolvimento matemático e da escritura", destacou.
Acrescentou ainda que os maias se preocupavam em efetuar rituais que de algum modo garantissem que o ciclo por vir seria propício, e no caso particular de 2012 é notada uma insistência em "que ainda em data tão distante vai ser comemorado um determinado ciclo. Este foi o miolo da confusão".
O arqueólogo disse que, no entanto, de acordo com os cálculos científicos atuais, a data astronômica precisa do fim de seu ciclo seria 23, e não 21 de dezembro.
Também esclareceu que os maias legitimavam seu poder mediante os calendários e vinculavam os governantes com esses ciclos e com deuses citados em relatos ancestrais ou em mitos.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Dança Indiana
Por: Karla Bardanza
A Dança Indiana é para ser vista com os olhos da alma e, certamente, a sua se abrirá em luz quando você ver.
Bem, evidentemente é uma das formas da cultura indiana.Na verdade, a Índia com seus diferentes climas,línguas e povos está refletida em seus variados estilos de dança.Sua origem está nos templos onde as devadasis, dançarinas agregadas aos templos hindus e devotadas exclusivamente à adoração do deus Shiva,eram oferecidas por seus pais ainda meninas.Consideradas como esposas do Deus, se casavam com ele em uma cerimônia igual ao casamento tradicional indiano. Eram educadas p na arte da dança e se apresentavam nas cerimônias do templo.
Contudo, aos poucos a dança foi se dissociando dos templos e a partir daí nasceram diferentes estilos que refletem suas regiões de origem.Os mais importantes são respectivamente:
Bharatanatyam: desenvolvida nos templos de Tamil Nadu, no sul da Índia, esse estilo está entre os mais populares da Índia. Com em movimentos retos e fortes, essa dança apresenta histórias como as lendas que envolvem o deus Shiva.
Kathak: tem sua origem nos contos tradicionais do norte da Índia. O estilo é caracterizado pelo complexo trabalho dos pés e é a forma clássica mais tradicional do norte.
Odissi: provém do leste da Índia. Suas líricas linhas são pontuadas por pausas, nas quais os bailarinos adotam poses esculturais.Suas curvas e poses dão à dança uma qualidade bastante sensual. Segundo estudos arqueológicos, esse seria o estilo feminino mais antigo.
Manipuri: é um estilo elegante e suave que provém de Manipur, no noroeste da Índia. Os bailarinos dão pequenos passos e saltos e as mulheres vestem rígidas longas saias. As lendas sobre Krishna são os temas desenvolvidos nas atuações.Este estilo dispensa os guizos nos tornozelos, tão comuns nos outros.
Kathakali: surgido em Kerala, no sudoeste da Índia. Este estilo forte e dramático está relacionado com as tradições das artes marciais.As histórias do Kathakali costumam ser tiradas do famoso épico hindu, o Mahabharata, ou do livro de Rama, o Ramayana.
Mohini Attam: também surgiu em Kerala. As mulheres dançam vestidas de branco e dourado. É uma mistura do Bharatanatyam e do kathakali.
Kuchipudi: recebe seu nome do povo de Kuchipudi, no estado de Andhra Pradesh. Tem muitos elementos comuns com o Bharatanatyam e é vibrante.
Namastê!
Canto das mães d'agua
OXUM
Nome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú. Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro, riqueza e do amor. A Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes..
O ARQUÉTIPO DE OXUM
As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.
Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura.
Assim a cidade fica livre da fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior, para suplicar ajuda.
Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare. Indignada por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro.
Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína. Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento alheio.
Assim ela o faz quando Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare, para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare.
Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olodumare para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a querida Oiá.
Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada para então calar-se. E assim Oxum torna-se "senhora de tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá femino) jamais o fora".
A vontade de conhecer os segredos do destino faz com que Oxum, esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para esse fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. É desse modo que aprende a arte da adivinhação com Exu, e as roupas de Obatalá, e as vestes do "Senhor do Pano Branco" pelo segredo do Ifá.
Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são ingredientes do sucesso deste orixá. No amor Oxum é ardorosa, de tão formosa e quente que é. Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado.
Ela livra seu querido Oxósse do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la.
Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada.
Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba odiada por ele.
Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os deuses em seus corpos.
Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de ecodidé (pena de um passáro sabrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês.
Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade.
IEMANJÁ
Deusa da nação de Egbé, nação esta Ioruba onde existe o rio Yemojá (Iemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás. Por isso a ela também pertence a fecundidade.
Em todos os lugares, no dia 2 de fevereiro ou no ano novo fazem-se homenagens a grande mãe Iemanjá. É protetora dos pecadores e jangadeiros.
O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ
As pessoas de Iemanjá são sérias e impetuosas, domina a todos e fazem-se respeitar. Dificilmente perdoam os erros dos semelhantes. Gostam de testar as pessoas.
Seu temperamento é muito difícil, são bravas, nervosas, mas possuem um coração grandioso, são dedicados aos parentes e amigos, preocupam-se com os outros e consigo. Gostam de coisas luxuosas. São honestas, gostam da casa e da família, são ótimas esposas, mães ou pais.
PRANDI, Reginaldo - Mitologia de Orixás
Nome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú. Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro, riqueza e do amor. A Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes..
O ARQUÉTIPO DE OXUM
As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.
Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura.
Assim a cidade fica livre da fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior, para suplicar ajuda.
Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare. Indignada por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro.
Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína. Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento alheio.
Assim ela o faz quando Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare, para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare.
Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olodumare para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a querida Oiá.
Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada para então calar-se. E assim Oxum torna-se "senhora de tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá femino) jamais o fora".
A vontade de conhecer os segredos do destino faz com que Oxum, esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para esse fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. É desse modo que aprende a arte da adivinhação com Exu, e as roupas de Obatalá, e as vestes do "Senhor do Pano Branco" pelo segredo do Ifá.
Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são ingredientes do sucesso deste orixá. No amor Oxum é ardorosa, de tão formosa e quente que é. Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado.
Ela livra seu querido Oxósse do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la.
Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada.
Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba odiada por ele.
Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os deuses em seus corpos.
Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de ecodidé (pena de um passáro sabrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês.
Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade.
IEMANJÁ
Deusa da nação de Egbé, nação esta Ioruba onde existe o rio Yemojá (Iemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás. Por isso a ela também pertence a fecundidade.
Em todos os lugares, no dia 2 de fevereiro ou no ano novo fazem-se homenagens a grande mãe Iemanjá. É protetora dos pecadores e jangadeiros.
O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ
As pessoas de Iemanjá são sérias e impetuosas, domina a todos e fazem-se respeitar. Dificilmente perdoam os erros dos semelhantes. Gostam de testar as pessoas.
Seu temperamento é muito difícil, são bravas, nervosas, mas possuem um coração grandioso, são dedicados aos parentes e amigos, preocupam-se com os outros e consigo. Gostam de coisas luxuosas. São honestas, gostam da casa e da família, são ótimas esposas, mães ou pais.
PRANDI, Reginaldo - Mitologia de Orixás
sábado, 14 de agosto de 2010
Não Basta Viver!!!
site: Mago da Luz
Uma vez Albert Einstein nos disse: a vida é como jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul. Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde. Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca. Se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca "joguemos uma bola na vida" de forma que não estejamos prontos a recebê-la. A vida não dá nem empresta não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.
Dessa forma, cada vez que mantemos nossos pensamentos embasados em medo, transmitimos ao cosmos um claro sinal de que esperamos que algo de mal nos aconteça. O universo é o nosso espelho e se adapta muito facilmente a cada um de nossos pensamentos, não tardando, portanto, a gerar o que pensamos.
É curioso como isso se processa, mas é real. Quando transmitimos formas pensamento de medo para dentro dos campos das pessoas que nos rodeiam alteramos, de fato, as suas disposições. Quando captam os nossos pensamentos de medo, essas pessoas começam quase sempre sem perceberem, a ver-nos como vítimas que esperam que “‘aquilo’” nos aconteça.
Assim, o que estamos fazendo, realmente, é convidá-las para reforçar a nossa própria mentalidade de vítima... o que elas poderão sentir-se compelidas a fazer!
Mas ao contrário, se acreditarmos estarmos protegidos por Deus, não chamaremos a atenção de quem quer que seja que esteja por perto, à caça de vítimas do medo para o reforçar. Isso não acontecerá simplesmente, porque não há ressonância entre nós e esses caçadores.
Respirando esse Ar Crístico, seremos percebidos apenas pelas pessoas que entrem em ressonância com os nossos campos repletos de pensamentos inspirados pela divindade.
É dessa forma que criamos a nossa realidade. Tudo ocorre através da ressonância, a qual é imparcial em face de energia boa ou má, como na citação de Albert Einstein. Assim, as pessoas que captam o nosso medo, amplificam-no e os devolvem à procedência!
Se levamos o nosso medo para dentro de um grupo, poderemos amplificar o medo de todos os membros do grupo a tal ponto que, muito rapidamente, nos veremos obrigados a ter de enfrentar aquilo que nos amedronta!
Felizmente, a energia emocional do amor e as formas de pensamento cheias de amor são transmitidas e ressoam exatamente da mesma maneira... embora mais fortemente, dado que estão em harmonia com a natureza do Universo. Por isso, todas as coisas fluem muito mais facilmente quando possuem essa vibração!
Injetando energia de amor nos pensamentos, não só aumentamos o nosso poder de transmissão, como o Universo se torna cada vez mais maleável e sensível às nossas formas de pensamento. Uma das vantagens disso é que a concretização desses pensamentos se torna cada vez mais rápida.
Até pouco tempo atrás, precisávamos sustentar uma crença durante anos até que ela se manifestasse em nossa vida; hoje, porém, e cada vez mais, alguns dias são suficientes. Felizmente, as crenças que são coerentes com a fluência da verdade universal manifestam-se mais facilmente do que aquelas que a contrariam!
Enfim, somos aquilo que acreditamos e emitimos ao Cosmos, sejamos, portanto, sábios! Não nos basta viver! Temos de viver bem!
Uma vez Albert Einstein nos disse: a vida é como jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul. Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde. Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca. Se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca "joguemos uma bola na vida" de forma que não estejamos prontos a recebê-la. A vida não dá nem empresta não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.
Dessa forma, cada vez que mantemos nossos pensamentos embasados em medo, transmitimos ao cosmos um claro sinal de que esperamos que algo de mal nos aconteça. O universo é o nosso espelho e se adapta muito facilmente a cada um de nossos pensamentos, não tardando, portanto, a gerar o que pensamos.
É curioso como isso se processa, mas é real. Quando transmitimos formas pensamento de medo para dentro dos campos das pessoas que nos rodeiam alteramos, de fato, as suas disposições. Quando captam os nossos pensamentos de medo, essas pessoas começam quase sempre sem perceberem, a ver-nos como vítimas que esperam que “‘aquilo’” nos aconteça.
Assim, o que estamos fazendo, realmente, é convidá-las para reforçar a nossa própria mentalidade de vítima... o que elas poderão sentir-se compelidas a fazer!
Mas ao contrário, se acreditarmos estarmos protegidos por Deus, não chamaremos a atenção de quem quer que seja que esteja por perto, à caça de vítimas do medo para o reforçar. Isso não acontecerá simplesmente, porque não há ressonância entre nós e esses caçadores.
Respirando esse Ar Crístico, seremos percebidos apenas pelas pessoas que entrem em ressonância com os nossos campos repletos de pensamentos inspirados pela divindade.
É dessa forma que criamos a nossa realidade. Tudo ocorre através da ressonância, a qual é imparcial em face de energia boa ou má, como na citação de Albert Einstein. Assim, as pessoas que captam o nosso medo, amplificam-no e os devolvem à procedência!
Se levamos o nosso medo para dentro de um grupo, poderemos amplificar o medo de todos os membros do grupo a tal ponto que, muito rapidamente, nos veremos obrigados a ter de enfrentar aquilo que nos amedronta!
Felizmente, a energia emocional do amor e as formas de pensamento cheias de amor são transmitidas e ressoam exatamente da mesma maneira... embora mais fortemente, dado que estão em harmonia com a natureza do Universo. Por isso, todas as coisas fluem muito mais facilmente quando possuem essa vibração!
Injetando energia de amor nos pensamentos, não só aumentamos o nosso poder de transmissão, como o Universo se torna cada vez mais maleável e sensível às nossas formas de pensamento. Uma das vantagens disso é que a concretização desses pensamentos se torna cada vez mais rápida.
Até pouco tempo atrás, precisávamos sustentar uma crença durante anos até que ela se manifestasse em nossa vida; hoje, porém, e cada vez mais, alguns dias são suficientes. Felizmente, as crenças que são coerentes com a fluência da verdade universal manifestam-se mais facilmente do que aquelas que a contrariam!
Enfim, somos aquilo que acreditamos e emitimos ao Cosmos, sejamos, portanto, sábios! Não nos basta viver! Temos de viver bem!
domingo, 8 de agosto de 2010
Confie Sempre
Chico Xavier
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Tarot e o Feminino Sagrado
Shakti Lalla
Encontramos na mitologia de diversos povos, vozes oraculares femininas, personagens e Deusas detentoras da sabedoria, dos destinos da humanidade e dos mistérios da vida, morte e vida.
As tríades fiandeiras Moiras (gregas), Parcas (romanas) e Nornes (nórdicas) eram ao mesmo tempo poderosas e terríveis, normalmente representadas nas figuras da virgem, da mãe e da anciã (Tríplices Deusas). Entre as Nornes, a virgem Skuld era a responsável pelas profecias e adivinhações, a guardiã do futuro, assim como Nona (grega) a que tece o fio da vida, cabendo as duas outras, a tarefa de manter e cortar o fio da vida. Na Índia, a trindade de Shaktis Saraswati, Lakshimi e Kali encarnam estas energias. Na África encontramos as Ìyá Mi Osorongà, as mães feiticeiras, como as senhoras do destino. Entre as Deusas tecelãs, a anciã Ixchel, Deusa Maia da lua, que tecendo no seu tear de cintura, é capaz de conceder respostas a seus discípulos em peregrinação ao seu oráculo situado numa ilha distante da costa. E a Deusa indígena hopi Kokyang Wuhti, conhecida também como mulher -aranha, que através do seu dom profético protege e auxilia todos seres.
As sacerdotisas, divinamente inspiradas, eram as guardiãs das artes mágicas e da divinação. Na Grécia, as Pitonisas ou Sibilas, em transe, intepretavam os sinais sagrados e comunicavam-se com os Deuses, utilizando instrumentos como espelhos, dados, fumaças, sonhos, sons de pássaros (...). Febe, a antiga Deusa grega da lua, da profecia, dos mistérios e dos segredos, dividia o oráculo de Delfos com Gaia (sua mãe) e Temis (sua irmã) embora mais tarde tenha transmitido este atributo ao Deus solar Apolo. Entre os nórdicos mulheres gyðjas e völvas manipulavam as runas e eram imbuídas de poder mágico, com especial habilidade para profecias.
Uma lista incontável de sacerdotisas são encontradas nas diversas culturas. Xamãs indígenas; Iyalorixás e Donés (...) do candomblé; mikogamis japonesas; wiccans contemporâneas(...) que através de suas danças sagradas, intuições, transes e sonhos proféticos, usam ou usaram seus corpos como espaço para o sagrado, templos da Deusa, santuários da vida, em honra a memória de suas ancestrais e de seu povo, como fontes de sabedoria e criatividade, como veículos do Sagrado feminino.
Entre os oráculos, os arquétipos femininos universais estão presentes de muitas maneiras. Dentre estes sistemas, o Tarot - que tem sua origem desconhecida, embora os registros históricos indiquem que sua redescoberta se deu na Europa na Idade Média - traz um conjunto de símbolos e alegorias que possuem uma forte correspondência com outros sistemas esotéricos. É um dos oráculos mais respeitados no mundo, sendo a versão do Tarot de Marselha a mais popular.
No conjunto de suas 78 cartas, alguns arcanos representam os arquétipos fundamentais do feminino. Além das cartas de corte dos arcanos menores, Rainhas e Princesas dos 4 elementos (Copas, Ouros, Paus e Espadas), temos entre os 22 arcanos maiores:
A figura da "Sacerdotisa" (arcano 2) revela a mulher sábia, a xamã, a bruxa, receptiva e intuitiva(yin), que esta em contato direto com o Sagrado e com a fonte de cura. Ela que representa o feminino espiritual, aconselha ao consulente que escute sua sabedoria interior.
A "Imperatriz" (3), é a mulher coroada que encarna o feminino material, é fecunda e criativa, representa a Grande Mãe que manifesta e dá vida a tudo que esta sendo gestado: filhos, sonhos, idéias, projetos. Expressa o amor através dos seus diversos dons, da arte, da sexualidade plena, do prazer, guardando também elementos arquetípicos de Deusas da beleza e do amor, como Afrodite e Oxum.
Com a "Justiça" (8 ou 11), o equilíbrio, a harmonia, o discernimento se apresentam no aspecto daquela que segura a balança e a espada da justiça, é a Palas Atena e a Maat egípcia que trazem discernimento e razão para a circunstância ou para o consulente.
A "Força" (11 ou 8) representa a energia da atratividade, da paixão, e da integração dos aspectos "instintivos" ao Self. A mulher que domina um leão com habilidade e criatividade, através da sua força interior.
Na "Temperança" (14) a integração alquímica das polaridades energéticas e psíquicas, femininas e masculinas, yin e yang, promove uma transformação profunda capaz de gerar uma mudança interior sútil para um novo nível de experiência ou estágio de desenvolvimento. Expressa harmonia e equilíbrio, presente na alegoria de uma anja, ou de uma mulher, que carrega duas jarras e permite que a água flua de um recipiente ao outro, misturando-os. É a Senhora das marés que guarda o fluxo e o refluxo das energias.
A "Estrela" (17) uma jovem inocente e nua carregando uma estrela acima da sua cabeça. Assim como a Temperança traz jarros em suas mãos, mas agora, verte suas águas na terra e na água, ambos elementos femininos. Como a chuva que lava e fertiliza a terra, representa as forças da renovação e da purificação. A confiança na Fonte e em si mesmo, a esperança, a inspiração, a conexão com o transcendente e a espiritualidade de maneira sincera.
Muitas adaptações foram realizadas em torno dos arcanos do Tarot de Marselha. A partir da década de 60, um grupo crescente de mulheres, artistas e pesquisadoras, movidas pelo interesse em fortalecer o movimento da Espiritualidade Feminina, passaram a desenvolver novas versões para o baralho, enfocando a temática do Sagrado feminino. Alguns destes trabalhos mais conhecidos são os de Kris Waldherr (Goddess Tarot), Isha Lerner (Tarot da Deusa Triplice) e Amy Sophia Marashinsky & Hrana Janto (Oráculo da Deusa).
Existem também muitos outros tarots sobre o Feminino Divino publicados e haverão aqueles que certamente aparecerão ao longo deste novo século onde os valores ligados a cultura Matrística e o Sagrado feminino estarão cada vez mais em evidência.
Encontramos na mitologia de diversos povos, vozes oraculares femininas, personagens e Deusas detentoras da sabedoria, dos destinos da humanidade e dos mistérios da vida, morte e vida.
As tríades fiandeiras Moiras (gregas), Parcas (romanas) e Nornes (nórdicas) eram ao mesmo tempo poderosas e terríveis, normalmente representadas nas figuras da virgem, da mãe e da anciã (Tríplices Deusas). Entre as Nornes, a virgem Skuld era a responsável pelas profecias e adivinhações, a guardiã do futuro, assim como Nona (grega) a que tece o fio da vida, cabendo as duas outras, a tarefa de manter e cortar o fio da vida. Na Índia, a trindade de Shaktis Saraswati, Lakshimi e Kali encarnam estas energias. Na África encontramos as Ìyá Mi Osorongà, as mães feiticeiras, como as senhoras do destino. Entre as Deusas tecelãs, a anciã Ixchel, Deusa Maia da lua, que tecendo no seu tear de cintura, é capaz de conceder respostas a seus discípulos em peregrinação ao seu oráculo situado numa ilha distante da costa. E a Deusa indígena hopi Kokyang Wuhti, conhecida também como mulher -aranha, que através do seu dom profético protege e auxilia todos seres.
As sacerdotisas, divinamente inspiradas, eram as guardiãs das artes mágicas e da divinação. Na Grécia, as Pitonisas ou Sibilas, em transe, intepretavam os sinais sagrados e comunicavam-se com os Deuses, utilizando instrumentos como espelhos, dados, fumaças, sonhos, sons de pássaros (...). Febe, a antiga Deusa grega da lua, da profecia, dos mistérios e dos segredos, dividia o oráculo de Delfos com Gaia (sua mãe) e Temis (sua irmã) embora mais tarde tenha transmitido este atributo ao Deus solar Apolo. Entre os nórdicos mulheres gyðjas e völvas manipulavam as runas e eram imbuídas de poder mágico, com especial habilidade para profecias.
Uma lista incontável de sacerdotisas são encontradas nas diversas culturas. Xamãs indígenas; Iyalorixás e Donés (...) do candomblé; mikogamis japonesas; wiccans contemporâneas(...) que através de suas danças sagradas, intuições, transes e sonhos proféticos, usam ou usaram seus corpos como espaço para o sagrado, templos da Deusa, santuários da vida, em honra a memória de suas ancestrais e de seu povo, como fontes de sabedoria e criatividade, como veículos do Sagrado feminino.
Entre os oráculos, os arquétipos femininos universais estão presentes de muitas maneiras. Dentre estes sistemas, o Tarot - que tem sua origem desconhecida, embora os registros históricos indiquem que sua redescoberta se deu na Europa na Idade Média - traz um conjunto de símbolos e alegorias que possuem uma forte correspondência com outros sistemas esotéricos. É um dos oráculos mais respeitados no mundo, sendo a versão do Tarot de Marselha a mais popular.
No conjunto de suas 78 cartas, alguns arcanos representam os arquétipos fundamentais do feminino. Além das cartas de corte dos arcanos menores, Rainhas e Princesas dos 4 elementos (Copas, Ouros, Paus e Espadas), temos entre os 22 arcanos maiores:
A figura da "Sacerdotisa" (arcano 2) revela a mulher sábia, a xamã, a bruxa, receptiva e intuitiva(yin), que esta em contato direto com o Sagrado e com a fonte de cura. Ela que representa o feminino espiritual, aconselha ao consulente que escute sua sabedoria interior.
A "Imperatriz" (3), é a mulher coroada que encarna o feminino material, é fecunda e criativa, representa a Grande Mãe que manifesta e dá vida a tudo que esta sendo gestado: filhos, sonhos, idéias, projetos. Expressa o amor através dos seus diversos dons, da arte, da sexualidade plena, do prazer, guardando também elementos arquetípicos de Deusas da beleza e do amor, como Afrodite e Oxum.
Com a "Justiça" (8 ou 11), o equilíbrio, a harmonia, o discernimento se apresentam no aspecto daquela que segura a balança e a espada da justiça, é a Palas Atena e a Maat egípcia que trazem discernimento e razão para a circunstância ou para o consulente.
A "Força" (11 ou 8) representa a energia da atratividade, da paixão, e da integração dos aspectos "instintivos" ao Self. A mulher que domina um leão com habilidade e criatividade, através da sua força interior.
Na "Temperança" (14) a integração alquímica das polaridades energéticas e psíquicas, femininas e masculinas, yin e yang, promove uma transformação profunda capaz de gerar uma mudança interior sútil para um novo nível de experiência ou estágio de desenvolvimento. Expressa harmonia e equilíbrio, presente na alegoria de uma anja, ou de uma mulher, que carrega duas jarras e permite que a água flua de um recipiente ao outro, misturando-os. É a Senhora das marés que guarda o fluxo e o refluxo das energias.
A "Estrela" (17) uma jovem inocente e nua carregando uma estrela acima da sua cabeça. Assim como a Temperança traz jarros em suas mãos, mas agora, verte suas águas na terra e na água, ambos elementos femininos. Como a chuva que lava e fertiliza a terra, representa as forças da renovação e da purificação. A confiança na Fonte e em si mesmo, a esperança, a inspiração, a conexão com o transcendente e a espiritualidade de maneira sincera.
Muitas adaptações foram realizadas em torno dos arcanos do Tarot de Marselha. A partir da década de 60, um grupo crescente de mulheres, artistas e pesquisadoras, movidas pelo interesse em fortalecer o movimento da Espiritualidade Feminina, passaram a desenvolver novas versões para o baralho, enfocando a temática do Sagrado feminino. Alguns destes trabalhos mais conhecidos são os de Kris Waldherr (Goddess Tarot), Isha Lerner (Tarot da Deusa Triplice) e Amy Sophia Marashinsky & Hrana Janto (Oráculo da Deusa).
Existem também muitos outros tarots sobre o Feminino Divino publicados e haverão aqueles que certamente aparecerão ao longo deste novo século onde os valores ligados a cultura Matrística e o Sagrado feminino estarão cada vez mais em evidência.
Lugares e Estados de Alma
Honoré de Balzac
A influência exercida sobre a nossa alma, pelos diferentes lugares, é uma coisa digna de observação. Se a melancolia nos conquista infalivelmente quando estamos à beira das águas, uma outra lei da nossa natureza impressionante faz com que, nas montanhas, os nossos sentimentos se purifiquem: ali a paixão ganha em profundidade o que parece perder em vivacidade.
A influência exercida sobre a nossa alma, pelos diferentes lugares, é uma coisa digna de observação. Se a melancolia nos conquista infalivelmente quando estamos à beira das águas, uma outra lei da nossa natureza impressionante faz com que, nas montanhas, os nossos sentimentos se purifiquem: ali a paixão ganha em profundidade o que parece perder em vivacidade.
Aceita o Universo
Alberto Caeiro
Aceita o universo
Como te deram os deuses.
Se os deuses te quisessem dar outro
Ter-te-iam dado.
Se há outras matérias e outros mundos
Haja.
Aceita o universo
Como te deram os deuses.
Se os deuses te quisessem dar outro
Ter-te-iam dado.
Se há outras matérias e outros mundos
Haja.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
A PEDRA DO TOQUE
OSHO
Existe uma lenda que conta que, quando a grande biblioteca de Alexandria foi queimada, um livro foi salvo. Mas não era um livro de muito valor, por isso um homem pobre, que pouco sabia ler, comprou-o por uns tostões. O livro não era realmente muito bom, mas nele havia algo interessantíssimo. Era um tipo de pergaminho, no qual estava escrito o segredo da "pedra de toque".
A pedra de toque era uma pedrinha comum, que podia transformar qualquer metal em ouro puro. No pergaminho estava escrito que era encontrada nas praias do Mar Negro, misturada a outras milhares e milhares de pedras exatamente iguais a ela. Mas o segredo era este: a pedra real era quente, enquanto as outras eram frias. Então, o homem vendeu os seus poucos pertences, comprou alguns mantimentos e foi acampar na praia, onde começou a testar as pedras.
Esse era seu plano: ele sabia que se pegasse as pedras comuns e as jogasse de volta ao chão, poderia pegar a mesma pedra centenas de vezes. Então, quando pegava uma fria, ele a jogava ao mar. Assim, passou uma semana, um mês, um ano, três anos... e o homem não encontrava a pedra de toque. Mas, mesmo assim, ele continuava: pegava uma pedra, era fria, jogava-a no mar... e assim por diante. Imagine o homem fazendo isso por anos e anos: pegar uma pedra, senti-la fria, jogá-la no mar... de manhã até a noite, por anos e anos.
Mas, uma manhã, ele pegou uma pedra que estava quente, e jogou-a no mar. Ele criara o hábito de jogar as pedras no mar, vocês compreendem, e o hábito fez com que ele jogasse a pedra quente também, quando finalmente a encontrara. Pobre homem!
É assim que a mente funciona.
A confiança é uma pedra de toque. Muito raramente você encontra alguém em quem você pode confiar. Muito raramente você encontra um coração quente, amoroso, no qual pode confiar. Normalmente, você encontra pedras que parecem a pedra de toque, quase iguais, mas São frias. Por anos, desde a infância, você pega uma pedra, sente-a fria, e a joga no mar.
Um dia é um fenômeno muito raro - você encontra a verdadeira pedra de toque. Você a pega, sente que é quente, mas, mesmo assim, você a joga. Então, você irá chorar, sem saber como isso pôde acontecer. É um simples mecanismo. Desde a infância, você aprende a desconfiar. Você é educado de tal maneira que não pode confiar. A dúvida foi colocada bem fundo no seu ser. Na verdade, é uma medida de segurança: se não duvidar, não sobreviverá. Você tem que olhar o mundo com olhos hostis,
como se todos fossem seus inimigos. Ninguém é quente, ninguém é uma pedra de toque. Você não pode confiar nem em seus pais. Aos poucos, a criança percebe que não existe ninguém em quem pode confiar. Os pais são muito contraditórios: dizem uma coisa e fazem outra. A criança sente-se confusa; é difícil para ela entender o que realmente a mãe quer. Na verdade, nem a própria mãe sabe. E, cada vez mais, a criança sente que é impossível confiar em alguém.
Existe uma lenda que conta que, quando a grande biblioteca de Alexandria foi queimada, um livro foi salvo. Mas não era um livro de muito valor, por isso um homem pobre, que pouco sabia ler, comprou-o por uns tostões. O livro não era realmente muito bom, mas nele havia algo interessantíssimo. Era um tipo de pergaminho, no qual estava escrito o segredo da "pedra de toque".
A pedra de toque era uma pedrinha comum, que podia transformar qualquer metal em ouro puro. No pergaminho estava escrito que era encontrada nas praias do Mar Negro, misturada a outras milhares e milhares de pedras exatamente iguais a ela. Mas o segredo era este: a pedra real era quente, enquanto as outras eram frias. Então, o homem vendeu os seus poucos pertences, comprou alguns mantimentos e foi acampar na praia, onde começou a testar as pedras.
Esse era seu plano: ele sabia que se pegasse as pedras comuns e as jogasse de volta ao chão, poderia pegar a mesma pedra centenas de vezes. Então, quando pegava uma fria, ele a jogava ao mar. Assim, passou uma semana, um mês, um ano, três anos... e o homem não encontrava a pedra de toque. Mas, mesmo assim, ele continuava: pegava uma pedra, era fria, jogava-a no mar... e assim por diante. Imagine o homem fazendo isso por anos e anos: pegar uma pedra, senti-la fria, jogá-la no mar... de manhã até a noite, por anos e anos.
Mas, uma manhã, ele pegou uma pedra que estava quente, e jogou-a no mar. Ele criara o hábito de jogar as pedras no mar, vocês compreendem, e o hábito fez com que ele jogasse a pedra quente também, quando finalmente a encontrara. Pobre homem!
É assim que a mente funciona.
A confiança é uma pedra de toque. Muito raramente você encontra alguém em quem você pode confiar. Muito raramente você encontra um coração quente, amoroso, no qual pode confiar. Normalmente, você encontra pedras que parecem a pedra de toque, quase iguais, mas São frias. Por anos, desde a infância, você pega uma pedra, sente-a fria, e a joga no mar.
Um dia é um fenômeno muito raro - você encontra a verdadeira pedra de toque. Você a pega, sente que é quente, mas, mesmo assim, você a joga. Então, você irá chorar, sem saber como isso pôde acontecer. É um simples mecanismo. Desde a infância, você aprende a desconfiar. Você é educado de tal maneira que não pode confiar. A dúvida foi colocada bem fundo no seu ser. Na verdade, é uma medida de segurança: se não duvidar, não sobreviverá. Você tem que olhar o mundo com olhos hostis,
como se todos fossem seus inimigos. Ninguém é quente, ninguém é uma pedra de toque. Você não pode confiar nem em seus pais. Aos poucos, a criança percebe que não existe ninguém em quem pode confiar. Os pais são muito contraditórios: dizem uma coisa e fazem outra. A criança sente-se confusa; é difícil para ela entender o que realmente a mãe quer. Na verdade, nem a própria mãe sabe. E, cada vez mais, a criança sente que é impossível confiar em alguém.
A Mulher Sábia
A Pedra da Luz
Christian Jacq
A mulher sábia e Clara subiram até o cume da montanha enquanto a noite morria e as serpentes voltavam às suas covas. A mulher centenária deixara a bengala de lado no começo da subida e continuava a andar num passo regular.
O nascimento da aurora era acompanhado por um vento suave e, pouco a pouco,os templos de milhões de anos saiam das trevas.Logo, o azul do Nilo e o verde das terras cultivadas cintilariam sob os raios do sol ressuscitado. .Quando o pico se iluminou, a mulher sábia elevou as mãos na direção dele,num gesto de oração.
- Deusa do Silencio, você que me guiou ao longo de toda a vida, guie minha discípula que sobe na sua direção. Que ela repouse na Sua mão de noite e de dia; atenda-a quando ela chamar por você, seja generosa e mostre-lhe a extensão de Seu poder.
No pico escavado na pirâmide, havia um pequeno santuário.
- Faça uma oferenda.- ordenou a mulher sábia.
Clara pôs no chão a flor de lótus do cabelo,seu colar e as pulseiras.
- Prepare-se para o combate supremo. A Deusa que conhece os segredos, concede a vida e a morte.
De repente surgiu da gruta uma naja real de olhos de fogo,deixando a jovem assustada com o seu tamanho. A raiva inchava-lhe o pescoço e ela estava pronta para atacar.
- Dance Clara, dance como a Deusa.
Morta de medo, a esposa de Nefer, o silencioso, conseguiu acompanhar os movimentos do réptil assustador. Inclinava-se da esquerda para a direita, depois da direita para esquerda, de frente para trás,no mesmo ritmo que a naja,que parecia desapontada.
- Quando ela atacar, curve-se bem na minha direção, sem deixar de olha-la.
Clara venceu o medo.Fascinada pela beleza da Deusa, começava a perceber Suas intenções.Quando a naja se lançou bruscamente na direção de sua garganta , a sacerdotisa de Hathor seguiu as instruções da mulher sábia.
Clara evitara a mordida, mas sua túnica estava maculada com o veneno cuspido pela naja, ainda mais furiosa por causa do fracasso.
- Dois ataques ainda. – preveniu a iniciadora.
O réptil não parava de ondear e Clara imitava-o. Por duas vezes a cobra tentou, em vão, fincar as presas na moça.
- Agora domine-a! Beije- a na cabeça.
Como se estivesse esgotada a naja mexia-se com menos vigor.E quase imperceptivelmente, recuou quando Clara avançou em sua direção.
Embora invadida por grande ansiedade, Clara ficou o olhar nos olhos do réptil e pôs os lábios no alto da cabeça do animal.
Surpresa a serpente ficou quieta.
-Tememos a Sua severidade- disse-lhe a mulher sábia- mas esperamos a Sua docilidade. Esta que a venera é digna da Sua confiança. Abra-lhe a mente e permita-lhe curar os seres em Seu nome.
A serpente ondeava devagar.
-Recolha o poder da Deusa, Clara. Que Ela penetre o seu coração.
Pela segunda vez a esposa de Nefer beijou o monstro, que parecia dócil.
- Que a comunhão de vocês seja selada por um terceiro e ultimo beijo.
Pela ultima vez, a mulher e a naja tiveram um contato intimo.
- Saia rápido! Ordenou a mulher sábia.
Se não estivesse atenta , Clara tria sido surpreendida pelo brusco ataque do réptil. Mas soube esquivar-se e só recebeu um ultimo jato de veneno.
- O fogo secreto foi-lhe transmitido- sentenciou a mulher sábia.
Lentamente a naja voltou ao santuário.
- Tire a túnica e purifique- se com o orvalho das pedras do cimo.
A mulher sabia deu a Clara uma túnica branca que lhe teria servido de mortalha se não saísse vitoriosa da prova.
-Vou-me embora e você será minha sucessora. Não, não proteste! Meu tempo de vida foi longo, muito longo, e é bom que ele termine. Lembre-se que as plantas nasceram das lagrimas e do sangue dos deuses e, por isso, elas têm o poder de curar.Você está viva mas existem almas errantes e demônios destruidores que jamais deixarão a paz se instalar nessa terra. Graças à sua ciência , você sempre lutará contra eles. Deus criou tudo o que está em cima e o que está embaixo e ele vira até você como um sopro de luz. Não tem de acreditar nele e sim conhecê-lo e testá-lo.
- Por que se recusa a viver por mais tempo?
- Meu centésimo décimo ano está terminado. Mesmo que minha mente esteja intacta , o corpo está gasto. Os canais estão endurecidos , a energia já não circula mais e nem a melhor medicina poderá devolver-me a juventude.(...)
- Tenho tantas perguntas a fazer!
- Chegou a hora de dar as respostas.Todos os dias será interrogada e exigirão que alivie os sofrimentos. Agora você é a mãe da confraria e todos os moradores do povoado são seus filhos.
A jovem teve vontade de protestar e de recusar a enorme carga que recaia sobre seus ombros, mas a forte claridade da manhã a deixou muda.
- Desçamos- ela exigiu. – Vá na frente.
Clara pegou a estreita trilha, sem saber que passo tomaria.Deveria andar no seu ritmo, ou caminhar lentamente para não obrigar a mulher centenária a se apressar?
Indecisa ela se virou depois da primeira passagem sinuosa. A mulher sábia desaparecera.
Clara voltou ao cume, procurou por aquela que lhe dera tudo, mas não a achou.A mulher sábia evaporara, com certeza ocultando-se em alguma caverna onde daria o ultimo suspiro, no silencio da montanha.
Clara ficou em silêncio pensando nas horas maravilhosas que passara ao lado do ser que lhe abrira tantos caminhos , que agora continuaria a percorrer sozinha. Ela desceu lentamente na direção do povoado, saboreando seus últimos momentos de calma antes de se tornar a mulher sabia do Lugar da Verdade.
Christian Jacq
A mulher sábia e Clara subiram até o cume da montanha enquanto a noite morria e as serpentes voltavam às suas covas. A mulher centenária deixara a bengala de lado no começo da subida e continuava a andar num passo regular.
O nascimento da aurora era acompanhado por um vento suave e, pouco a pouco,os templos de milhões de anos saiam das trevas.Logo, o azul do Nilo e o verde das terras cultivadas cintilariam sob os raios do sol ressuscitado. .Quando o pico se iluminou, a mulher sábia elevou as mãos na direção dele,num gesto de oração.
- Deusa do Silencio, você que me guiou ao longo de toda a vida, guie minha discípula que sobe na sua direção. Que ela repouse na Sua mão de noite e de dia; atenda-a quando ela chamar por você, seja generosa e mostre-lhe a extensão de Seu poder.
No pico escavado na pirâmide, havia um pequeno santuário.
- Faça uma oferenda.- ordenou a mulher sábia.
Clara pôs no chão a flor de lótus do cabelo,seu colar e as pulseiras.
- Prepare-se para o combate supremo. A Deusa que conhece os segredos, concede a vida e a morte.
De repente surgiu da gruta uma naja real de olhos de fogo,deixando a jovem assustada com o seu tamanho. A raiva inchava-lhe o pescoço e ela estava pronta para atacar.
- Dance Clara, dance como a Deusa.
Morta de medo, a esposa de Nefer, o silencioso, conseguiu acompanhar os movimentos do réptil assustador. Inclinava-se da esquerda para a direita, depois da direita para esquerda, de frente para trás,no mesmo ritmo que a naja,que parecia desapontada.
- Quando ela atacar, curve-se bem na minha direção, sem deixar de olha-la.
Clara venceu o medo.Fascinada pela beleza da Deusa, começava a perceber Suas intenções.Quando a naja se lançou bruscamente na direção de sua garganta , a sacerdotisa de Hathor seguiu as instruções da mulher sábia.
Clara evitara a mordida, mas sua túnica estava maculada com o veneno cuspido pela naja, ainda mais furiosa por causa do fracasso.
- Dois ataques ainda. – preveniu a iniciadora.
O réptil não parava de ondear e Clara imitava-o. Por duas vezes a cobra tentou, em vão, fincar as presas na moça.
- Agora domine-a! Beije- a na cabeça.
Como se estivesse esgotada a naja mexia-se com menos vigor.E quase imperceptivelmente, recuou quando Clara avançou em sua direção.
Embora invadida por grande ansiedade, Clara ficou o olhar nos olhos do réptil e pôs os lábios no alto da cabeça do animal.
Surpresa a serpente ficou quieta.
-Tememos a Sua severidade- disse-lhe a mulher sábia- mas esperamos a Sua docilidade. Esta que a venera é digna da Sua confiança. Abra-lhe a mente e permita-lhe curar os seres em Seu nome.
A serpente ondeava devagar.
-Recolha o poder da Deusa, Clara. Que Ela penetre o seu coração.
Pela segunda vez a esposa de Nefer beijou o monstro, que parecia dócil.
- Que a comunhão de vocês seja selada por um terceiro e ultimo beijo.
Pela ultima vez, a mulher e a naja tiveram um contato intimo.
- Saia rápido! Ordenou a mulher sábia.
Se não estivesse atenta , Clara tria sido surpreendida pelo brusco ataque do réptil. Mas soube esquivar-se e só recebeu um ultimo jato de veneno.
- O fogo secreto foi-lhe transmitido- sentenciou a mulher sábia.
Lentamente a naja voltou ao santuário.
- Tire a túnica e purifique- se com o orvalho das pedras do cimo.
A mulher sabia deu a Clara uma túnica branca que lhe teria servido de mortalha se não saísse vitoriosa da prova.
-Vou-me embora e você será minha sucessora. Não, não proteste! Meu tempo de vida foi longo, muito longo, e é bom que ele termine. Lembre-se que as plantas nasceram das lagrimas e do sangue dos deuses e, por isso, elas têm o poder de curar.Você está viva mas existem almas errantes e demônios destruidores que jamais deixarão a paz se instalar nessa terra. Graças à sua ciência , você sempre lutará contra eles. Deus criou tudo o que está em cima e o que está embaixo e ele vira até você como um sopro de luz. Não tem de acreditar nele e sim conhecê-lo e testá-lo.
- Por que se recusa a viver por mais tempo?
- Meu centésimo décimo ano está terminado. Mesmo que minha mente esteja intacta , o corpo está gasto. Os canais estão endurecidos , a energia já não circula mais e nem a melhor medicina poderá devolver-me a juventude.(...)
- Tenho tantas perguntas a fazer!
- Chegou a hora de dar as respostas.Todos os dias será interrogada e exigirão que alivie os sofrimentos. Agora você é a mãe da confraria e todos os moradores do povoado são seus filhos.
A jovem teve vontade de protestar e de recusar a enorme carga que recaia sobre seus ombros, mas a forte claridade da manhã a deixou muda.
- Desçamos- ela exigiu. – Vá na frente.
Clara pegou a estreita trilha, sem saber que passo tomaria.Deveria andar no seu ritmo, ou caminhar lentamente para não obrigar a mulher centenária a se apressar?
Indecisa ela se virou depois da primeira passagem sinuosa. A mulher sábia desaparecera.
Clara voltou ao cume, procurou por aquela que lhe dera tudo, mas não a achou.A mulher sábia evaporara, com certeza ocultando-se em alguma caverna onde daria o ultimo suspiro, no silencio da montanha.
Clara ficou em silêncio pensando nas horas maravilhosas que passara ao lado do ser que lhe abrira tantos caminhos , que agora continuaria a percorrer sozinha. Ela desceu lentamente na direção do povoado, saboreando seus últimos momentos de calma antes de se tornar a mulher sabia do Lugar da Verdade.
Oráculo das Deusas
Amy Sophia Marashinsky
A palavra “oráculo” significa uma resposta divina à pergunta de um consulente. Os oráculos da Antiguidade eram proferidos por sacerdotisas escolhidas e treinadas. Antes de falar, elas se preparavam com banhos purificadores e adornos rituais, entrando em transe para captar a mensagem divina.
O Oráculo da Deusa - Um novo Método de Adivinhação
Editora Pensamento
O Oráculo da Deusa celebra as muitas faces com que a Deusa foi adorada em culturas de todo o mundo desde o início dos tempos. Por meio de uma combinação dinâmica de poesia, mitologia e ritual, o oráculo oferece conhecimentos intuitivos e orientação para lidar com os desafios da vida, além de técnicas para atingir a plenitude em todos os aspectos do dia-a-dia. Além de ajudá-lo a entender e transformar o presente, este livro permite ao leitor criar seu futuro, trazendo instruções claras para invocar o oráculo; um baralho para consultas original e absolutamente inédito, e rituais que podem ser realizados individualmente ou em grupo, contando com a energia da Deusa visando o crescimento pessoal e a resolução de problemas. Cada uma das 52 cartas das Deusas, que acompanham o livro, representa um aspecto particular de energia. Quando você escolhe uma determinada carta, ela o faz se concentrar naquilo que precisa ser analisado para redirecionar a sua vida. Ao imprimir isso na consciência, você passa a entender melhor o seu presente e a planejar com segurança o seu futuro.
Amy Sophia Marashinsky promove cursos e reuniões que tecem uma rede de energia transformadora. Ela também é responsável pela formação de sacerdotisas xamânicas que optaram por trilhar o caminho da totalidade. Hrana Janto é autora das pinturas criadas especialmente para este livro. Seu trabalho artístico já foi usado em muitas capas de livros, revistas e pôsteres cinematográficos, bem como nos calendários Goddess and Myth.
A palavra “oráculo” significa uma resposta divina à pergunta de um consulente. Os oráculos da Antiguidade eram proferidos por sacerdotisas escolhidas e treinadas. Antes de falar, elas se preparavam com banhos purificadores e adornos rituais, entrando em transe para captar a mensagem divina.
O Oráculo da Deusa - Um novo Método de Adivinhação
Editora Pensamento
O Oráculo da Deusa celebra as muitas faces com que a Deusa foi adorada em culturas de todo o mundo desde o início dos tempos. Por meio de uma combinação dinâmica de poesia, mitologia e ritual, o oráculo oferece conhecimentos intuitivos e orientação para lidar com os desafios da vida, além de técnicas para atingir a plenitude em todos os aspectos do dia-a-dia. Além de ajudá-lo a entender e transformar o presente, este livro permite ao leitor criar seu futuro, trazendo instruções claras para invocar o oráculo; um baralho para consultas original e absolutamente inédito, e rituais que podem ser realizados individualmente ou em grupo, contando com a energia da Deusa visando o crescimento pessoal e a resolução de problemas. Cada uma das 52 cartas das Deusas, que acompanham o livro, representa um aspecto particular de energia. Quando você escolhe uma determinada carta, ela o faz se concentrar naquilo que precisa ser analisado para redirecionar a sua vida. Ao imprimir isso na consciência, você passa a entender melhor o seu presente e a planejar com segurança o seu futuro.
Amy Sophia Marashinsky promove cursos e reuniões que tecem uma rede de energia transformadora. Ela também é responsável pela formação de sacerdotisas xamânicas que optaram por trilhar o caminho da totalidade. Hrana Janto é autora das pinturas criadas especialmente para este livro. Seu trabalho artístico já foi usado em muitas capas de livros, revistas e pôsteres cinematográficos, bem como nos calendários Goddess and Myth.
domingo, 1 de agosto de 2010
Meditar...
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A meditação encontra-se no meio de dois pólos; a concentração e a contemplação. É comumente associada a religiões orientais. Há dados históricos comprovando que ela é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exatamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes, floresceu no Egito (o mais antigo relato), Índia, entre o povo Maia, etc. Apesar da associação entre as questões tradicionalmente relacionadas à espiritualidade e essa prática, a meditação pode também ser praticada como um instrumento para o desenvolvimento pessoal em um contexto não religioso.
A meditação encontra-se no meio de dois pólos; a concentração e a contemplação. É comumente associada a religiões orientais. Há dados históricos comprovando que ela é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exatamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes, floresceu no Egito (o mais antigo relato), Índia, entre o povo Maia, etc. Apesar da associação entre as questões tradicionalmente relacionadas à espiritualidade e essa prática, a meditação pode também ser praticada como um instrumento para o desenvolvimento pessoal em um contexto não religioso.
Meditação de Atenção Plena
Por Sakyong Mipham Rinpoche
A atenção plena é essencial para a prática espiritual porque, não importa qual tradição espiritual sigamos, nossa mente deve ser capaz de permanecer no momento presente, se pretendemos aprofundar nossa compreensão e experiência.
Na meditação de atenção plena, ou shamatha, tentamos alcançar a estabilidade e a calma de nossa mente.
O que começamos a descobrir é que essa calma, ou harmonia, é um aspecto natural da mente. Através da prática da atenção plena simplesmente a desenvolvemos e fortalecemos, e, como decorrência, somos capazes de permanecer em nossa mente, com tranqüilidade, sem luta. Nossa mente sente-se contente, naturalmente.
Um ponto importante é que, quando estamos no estado de atenção plena, há uma inteligência sossegada. Não é como se tivéssemos "apagado". Às vezes, as pessoas pensam que alguém que está em meditação profunda não sabe o que está se passando, que isso seria como estar adormecido. De fato, há estados meditativos em que negamos as percepções sensoriais, mas isso não é o que se pretende realizar com a prática de shamatha.
Criar um ambiente favorável
Algumas condições são úteis para a prática da atenção plena. Quando criamos um ambiente apropriado, é mais fácil praticar.
Por pequeno que seja o espaço de que alguém disponha para meditar, em sua casa, é bom que ele tenha um sentido de elevação e sacralidade. Também se deveria meditar em um local que não fosse muito ruidoso ou perturbador, e a pessoa não deveria se encontrar em uma situação tal que sua mente possa ser facilmente incitada à raiva, ao ciúme ou a outras emoções. Se ela estiver perturbada ou irritada, a prática será afetada.
Iniciando a prática
Encorajo as pessoas a meditarem freqüentemente, mas por curtos períodos de tempo — 10, 15 ou 20 minutos. Quando se força muito, a prática pode adquirir muita "personalidade", e o treinamento da mente deveria ser muito, muito simples. Assim, pode-se meditar 10 minutos pela manhã e 10 minutos à tarde, e durante esses períodos realmente trabalhar com a mente. Depois, simplesmente pare, levante-se e vá embora.
Muitas vezes nos deixamos cair sobre a almofada para meditar e permitimos que a mente nos leve para qualquer lugar. Devemos criar um senso de disciplina. Quando sentamos para meditar, podemos recordar-nos: "Estou aqui para trabalhar com minha mente. Estou aqui para treinar minha mente". É correto dizer isso a si próprio, literalmente, quando se senta para meditar. Precisamos desse tipo de inspiração quando começamos a praticar.
Postura
A abordagem budista é que a mente e o corpo estão ligados. A energia flui melhor quando o corpo está ereto, pois, quando ele está curvado, o fluxo é modificado e isso afeta diretamente nosso processo de pensar. Assim, há uma yoga que lida com isso. Não estamos sentados eretos porque estamos tentando ser bons alunos na escola; nossa postura realmente afeta nossa mente.
Pessoas que necessitam de uma cadeira para meditar devem sentar-se eretas, com os pés tocando o chão. As que usam uma almofada de meditação, como um zafu ou um gomden, devem encontrar uma posição confortável, com as pernas cruzadas e as mãos pousadas sobre as coxas, com as palmas para baixo. Os quadris não estão nem muito inclinados para a frente, o que cria tensão, nem inclinados para trás, de forma que a pessoa comece a se encurvar. Deve-se ter uma sensação de estabilidade e força.
Quando nos sentamos, a primeira coisa que precisamos fazer é verdadeiramente ocupar nosso corpo — verdadeiramente, ter um senso de nosso corpo. É freqüente que nos estaquemos, imóveis, e façamos de conta que estamos praticando. Mas não podemos nem sentir nosso corpo, não podemos nem sentir onde ele se encontra. Em vez disso, é necessário que estejamos bem aqui. Assim, quando se inicia uma sessão de meditação, pode-se dedicar algum tempo no começo da prática a arrumar a postura. Pode-se imaginar que a espinha está sendo puxada para cima, do topo da cabeça, de forma que a postura seja alongada para, então, se acomodar.
O princípio básico é manter uma postura elevada, ereta. A pessoa está numa situação sólida: os ombros estão nivelados, os quadris estão nivelados, a espinha está bem empilhada. Ela pode ver-se a empilhar os ossos na ordem certa e a deixar que os músculos pendam dessa estrutura. Usamos essa postura para permanecer relaxados e despertos. A prática que estamos fazendo é muito precisa: deve-se estar muito desperto, embora calmo. Quando notamos que estamos ficando entorpecidos, ou caindo no sono, devemos verificar a postura.
O olhar
Para uma prática de atenção plena estrita, o olhar deve estar voltado ligeiramente para baixo, enfocando algo a uma pequena distância à frente do nariz. Os olhos estão abertos mas não arregalados; o olhar deve ser suave. Estamos tentando reduzir o estímulo sensorial tanto quanto possível. Pergunta-se: "Não deveríamos ter uma sensação do ambiente?". Mas, nesta prática, esta não é uma preocupação nossa. Estamos apenas tentando trabalhar com a mente e, quanto mais elevarmos o olhar, mais distraídos ficaremos. É como se tivéssemos uma lâmpada acima da cabeça a iluminar o ambiente e, subitamente, nós a enfocássemos diretamente à nossa frente. Estamos intencionalmente ignorando o que se passa ao nosso redor. Estamos confinando o cavalo da mente em um curral menor.
A respiração
Quando praticamos shamatha, familiarizamo-nos cada vez mais com nossa mente e, em particular, aprendemos a reconhecer os seus movimentos, que experimentamos como pensamentos. Fazemos isso utilizando-nos de um objeto de meditação que nos fornece um contraste ou contraponto ao que se está passando na mente. Logo que nos distraímos e começamos a pensar em algo, o objeto da meditação nos traz de volta. Poderíamos colocar uma pedra à nossa frente e usá-la para enfocar a mente, mas usar a respiração como o objeto da meditação é particularmente útil porque isso nos relaxa.
Quando começamos a prática, tomamos conhecimento de nosso corpo, temos um sentido de onde ele está e, então, começamos a notar nossa respiração. A sensação completa de respirar é muito importante. A respiração não deve ser forçada, obviamente; respira-se naturalmente. A respiração entra e sai, entra e sai. Relaxamos a cada respiração.
Os pensamentos
Não importa que tipo de pensamento venha a surgir, a pessoa deve dizer a si mesma: "Este pode ser um assunto verdadeiramente importante em minha vida, mas agora não é o momento de pensar nisso. Agora, estou praticando meditação". Nisso se resume quão honestos somos, quão verdadeiros podemos ser com nós mesmos, durante cada sessão.
Todos se perdem em pensamentos, algumas vezes. Poderíamos pensar: "Não acredito que tenha ficado tão absorto em algo assim", mas devemos tentar não fazer disso um assunto demasiadamente pessoal. Apenas tentemos ser tão imparciais quanto possível. A mente, às vezes, ficará turbulenta e teremos de aceitar isso. Não podemos nos pressionar. Se estivermos tentando nos ver completamente livres de conceitos, sem nenhum discurso, é melhor desistirmos, isso simplesmente não vai acontecer.
Assim, simplesmente utilizando o processo de etiquetar, percebemos nosso discurso. Notamos que nos perdemos em pensamentos, etiquetamos isso como “pensando” — delicadamente e sem julgamentos — e retornamos à respiração. Quando temos um pensamento — não importa quão selvagem ou bizarro ele possa ser —, simplesmente deixamos que ele passe e voltamos à respiração, voltamos à situação do aqui, agora.
Cada sessão de meditação é uma viagem de descoberta para compreender a verdade básica de quem somos nós. No começo, a lição mais importante da meditação é perceber a velocidade da mente. No entanto, a tradição de meditação diz que a mente não precisa ser desse jeito: ela apenas não foi trabalhada.
Estamos falando de um assunto muito prático. A prática da atenção plena é simples e completamente factível. E, por estarmos trabalhando com a mente que experimenta a vida diretamente, ao sentarmo-nos, simplesmente, sem nada fazer, já estaremos dando um passo enorme.
A atenção plena é essencial para a prática espiritual porque, não importa qual tradição espiritual sigamos, nossa mente deve ser capaz de permanecer no momento presente, se pretendemos aprofundar nossa compreensão e experiência.
Na meditação de atenção plena, ou shamatha, tentamos alcançar a estabilidade e a calma de nossa mente.
O que começamos a descobrir é que essa calma, ou harmonia, é um aspecto natural da mente. Através da prática da atenção plena simplesmente a desenvolvemos e fortalecemos, e, como decorrência, somos capazes de permanecer em nossa mente, com tranqüilidade, sem luta. Nossa mente sente-se contente, naturalmente.
Um ponto importante é que, quando estamos no estado de atenção plena, há uma inteligência sossegada. Não é como se tivéssemos "apagado". Às vezes, as pessoas pensam que alguém que está em meditação profunda não sabe o que está se passando, que isso seria como estar adormecido. De fato, há estados meditativos em que negamos as percepções sensoriais, mas isso não é o que se pretende realizar com a prática de shamatha.
Criar um ambiente favorável
Algumas condições são úteis para a prática da atenção plena. Quando criamos um ambiente apropriado, é mais fácil praticar.
Por pequeno que seja o espaço de que alguém disponha para meditar, em sua casa, é bom que ele tenha um sentido de elevação e sacralidade. Também se deveria meditar em um local que não fosse muito ruidoso ou perturbador, e a pessoa não deveria se encontrar em uma situação tal que sua mente possa ser facilmente incitada à raiva, ao ciúme ou a outras emoções. Se ela estiver perturbada ou irritada, a prática será afetada.
Iniciando a prática
Encorajo as pessoas a meditarem freqüentemente, mas por curtos períodos de tempo — 10, 15 ou 20 minutos. Quando se força muito, a prática pode adquirir muita "personalidade", e o treinamento da mente deveria ser muito, muito simples. Assim, pode-se meditar 10 minutos pela manhã e 10 minutos à tarde, e durante esses períodos realmente trabalhar com a mente. Depois, simplesmente pare, levante-se e vá embora.
Muitas vezes nos deixamos cair sobre a almofada para meditar e permitimos que a mente nos leve para qualquer lugar. Devemos criar um senso de disciplina. Quando sentamos para meditar, podemos recordar-nos: "Estou aqui para trabalhar com minha mente. Estou aqui para treinar minha mente". É correto dizer isso a si próprio, literalmente, quando se senta para meditar. Precisamos desse tipo de inspiração quando começamos a praticar.
Postura
A abordagem budista é que a mente e o corpo estão ligados. A energia flui melhor quando o corpo está ereto, pois, quando ele está curvado, o fluxo é modificado e isso afeta diretamente nosso processo de pensar. Assim, há uma yoga que lida com isso. Não estamos sentados eretos porque estamos tentando ser bons alunos na escola; nossa postura realmente afeta nossa mente.
Pessoas que necessitam de uma cadeira para meditar devem sentar-se eretas, com os pés tocando o chão. As que usam uma almofada de meditação, como um zafu ou um gomden, devem encontrar uma posição confortável, com as pernas cruzadas e as mãos pousadas sobre as coxas, com as palmas para baixo. Os quadris não estão nem muito inclinados para a frente, o que cria tensão, nem inclinados para trás, de forma que a pessoa comece a se encurvar. Deve-se ter uma sensação de estabilidade e força.
Quando nos sentamos, a primeira coisa que precisamos fazer é verdadeiramente ocupar nosso corpo — verdadeiramente, ter um senso de nosso corpo. É freqüente que nos estaquemos, imóveis, e façamos de conta que estamos praticando. Mas não podemos nem sentir nosso corpo, não podemos nem sentir onde ele se encontra. Em vez disso, é necessário que estejamos bem aqui. Assim, quando se inicia uma sessão de meditação, pode-se dedicar algum tempo no começo da prática a arrumar a postura. Pode-se imaginar que a espinha está sendo puxada para cima, do topo da cabeça, de forma que a postura seja alongada para, então, se acomodar.
O princípio básico é manter uma postura elevada, ereta. A pessoa está numa situação sólida: os ombros estão nivelados, os quadris estão nivelados, a espinha está bem empilhada. Ela pode ver-se a empilhar os ossos na ordem certa e a deixar que os músculos pendam dessa estrutura. Usamos essa postura para permanecer relaxados e despertos. A prática que estamos fazendo é muito precisa: deve-se estar muito desperto, embora calmo. Quando notamos que estamos ficando entorpecidos, ou caindo no sono, devemos verificar a postura.
O olhar
Para uma prática de atenção plena estrita, o olhar deve estar voltado ligeiramente para baixo, enfocando algo a uma pequena distância à frente do nariz. Os olhos estão abertos mas não arregalados; o olhar deve ser suave. Estamos tentando reduzir o estímulo sensorial tanto quanto possível. Pergunta-se: "Não deveríamos ter uma sensação do ambiente?". Mas, nesta prática, esta não é uma preocupação nossa. Estamos apenas tentando trabalhar com a mente e, quanto mais elevarmos o olhar, mais distraídos ficaremos. É como se tivéssemos uma lâmpada acima da cabeça a iluminar o ambiente e, subitamente, nós a enfocássemos diretamente à nossa frente. Estamos intencionalmente ignorando o que se passa ao nosso redor. Estamos confinando o cavalo da mente em um curral menor.
A respiração
Quando praticamos shamatha, familiarizamo-nos cada vez mais com nossa mente e, em particular, aprendemos a reconhecer os seus movimentos, que experimentamos como pensamentos. Fazemos isso utilizando-nos de um objeto de meditação que nos fornece um contraste ou contraponto ao que se está passando na mente. Logo que nos distraímos e começamos a pensar em algo, o objeto da meditação nos traz de volta. Poderíamos colocar uma pedra à nossa frente e usá-la para enfocar a mente, mas usar a respiração como o objeto da meditação é particularmente útil porque isso nos relaxa.
Quando começamos a prática, tomamos conhecimento de nosso corpo, temos um sentido de onde ele está e, então, começamos a notar nossa respiração. A sensação completa de respirar é muito importante. A respiração não deve ser forçada, obviamente; respira-se naturalmente. A respiração entra e sai, entra e sai. Relaxamos a cada respiração.
Os pensamentos
Não importa que tipo de pensamento venha a surgir, a pessoa deve dizer a si mesma: "Este pode ser um assunto verdadeiramente importante em minha vida, mas agora não é o momento de pensar nisso. Agora, estou praticando meditação". Nisso se resume quão honestos somos, quão verdadeiros podemos ser com nós mesmos, durante cada sessão.
Todos se perdem em pensamentos, algumas vezes. Poderíamos pensar: "Não acredito que tenha ficado tão absorto em algo assim", mas devemos tentar não fazer disso um assunto demasiadamente pessoal. Apenas tentemos ser tão imparciais quanto possível. A mente, às vezes, ficará turbulenta e teremos de aceitar isso. Não podemos nos pressionar. Se estivermos tentando nos ver completamente livres de conceitos, sem nenhum discurso, é melhor desistirmos, isso simplesmente não vai acontecer.
Assim, simplesmente utilizando o processo de etiquetar, percebemos nosso discurso. Notamos que nos perdemos em pensamentos, etiquetamos isso como “pensando” — delicadamente e sem julgamentos — e retornamos à respiração. Quando temos um pensamento — não importa quão selvagem ou bizarro ele possa ser —, simplesmente deixamos que ele passe e voltamos à respiração, voltamos à situação do aqui, agora.
Cada sessão de meditação é uma viagem de descoberta para compreender a verdade básica de quem somos nós. No começo, a lição mais importante da meditação é perceber a velocidade da mente. No entanto, a tradição de meditação diz que a mente não precisa ser desse jeito: ela apenas não foi trabalhada.
Estamos falando de um assunto muito prático. A prática da atenção plena é simples e completamente factível. E, por estarmos trabalhando com a mente que experimenta a vida diretamente, ao sentarmo-nos, simplesmente, sem nada fazer, já estaremos dando um passo enorme.
sábado, 31 de julho de 2010
A Fina Película de Falsa Realidade
José Neto
Imagine-se em uma sala de cinema. O filme passa na
tela e você, sentado ali no escuro, se emociona,
chora, ri. Envolvido, se esquece completamente da
sua vida lá fora. Esquece os problemas, as contas a
pagar, o trabalho, a família. Durante toda a
projeção, é como se a vida exterior não existisse.
Agora, imagine que, de repente, a luz da sala seja
acesa no meio do filme. Você se vê ali com todas
aquelas pessoas e percebe que estava completamente
envolvido pelas cenas da tela. Você se dá conta de
que é “só um filme”, de que não é “real”.
Este exemplo do cinema é uma bela ilustração do que
é a vida de todos nós. Estamos separados da nossa
realidade, envolvidos por uma falsa realidade. É
preciso ligar a luz!
Mas como podemos fazê-lo? Para isso é preciso
entender melhor a falsa realidade na qual estamos
imersos. Na primeira página do livro Fragmentos de
um Ensinamento Desconhecido, Ouspensky escreve:
“Mas, onde começava esse caminho novo ou perdido eu
era incapaz de dizer. Já reconhecera então, como
fato inegável, que, para além da fina película de
falsa realidade, existia outra realidade de que,
por alguma razão, algo nos separava. O ‘milagroso’
era a penetração nessa realidade desconhecida.”1
Vivemos angustiados com todos os problemas que
enfrentamos na vida. O fluxo de nossos pensamentos,
emoções e desejos torna este mundo real. Mas, em
certos momentos, somos tocados por uma sensação
estranha de maravilhamento. Um belo pôr do sol! Uma
noite de lua nova com um céu coberto de estrelas!
Uma música que nos toca profundamente!
Nesses momentos algo de milagroso acontece e somos
transportados para um outro mundo. Eles se
contrapõem ao nosso cotidiano agitado e, no íntimo,
suspeitamos que algo está errado. Não sabemos o
quê, nem como resolvê-lo, mas pré-sentimos que “as
coisas poderiam ser diferentes”, que vivemos em uma
fina película de falsa realidade.
Mas como ela se forma? No livro Do Todo e de
Tudo,afirma-se que foi implantado, “a título
provisório nos seres humanos, um certo órgão que
tem propriedades tais que eles perceberiam, dali em
diante, a realidade ‘às avessas’, e que toda
impressão repetida, de origem exterior,
cristalizaria neles os dados necessários ao
aparecimento de certos fatores que provocam as
sensações de ‘gozo’ e de ‘satisfação’.” 2
A primeira função do “órgão Kundabuffer” é
desconectar o ser humano da realidade, ou seja,
fazer com que ele veja tudo às avessas. Confundir o
que ouvimos. Levar-nos a tomar tudo como pessoal, a
agir sem pensar, a não analisar as situações que
vivemos, etc.
Mas só isso não seria suficiente! Ainda poderíamos,
mesmo “cegos” e por acidente, conectar-nos com o
Milagroso. Daí a necessidade da segunda função, ou
seja, desviar nossa energia para ser utilizada em
outras coisas, gerando gozo e satisfação, como, por
exemplo: nosso falar interno incessante, nosso
devaneio, as explosões de emoções negativas e os
desejos que são senhores de nossa vida.
Talvez nem percebamos, mas sentimos muito prazer em
momentos como os de raiva. Até mesmo o stress, tão
na moda hoje em dia, é, na verdade, um estado de
grande excitamento para todos nós. Adoramos
assistir a esse filme, mesmo sem o sabermos.
E como entender de modo mais claro o funcionamento
do Kundabuffer? Gurdjieff explica: “A tendência ao
devaneio deve-se, por um lado, à preguiça do centro
intelectual, isto é, a suas tentativas de se poupar
todos os esforços ligados a um trabalho orientado
para uma meta definida e indo numa direção definida
e, por outro lado, à tendência dos centros
emocional e motor a se repetirem, a guardar vivas
ou a reproduzir experiências agradáveis ou
desagradáveis, já vividas ou ‘imaginadas’.” 3
Suponhamos que aconteça algo e eu seja tomado por
uma raiva muito forte. Minha adrenalina dispara.
Até aí, tudo bem! É preciso ter a energia
necessária para agir rapidamente. Durante um curto
espaço de tempo eu ainda tenho a “mão no jogo”.
Ainda posso ter um pensamento lúcido impedindo que
a raiva conduza toda a minha ação. É nesse exato
instante que falta a presença de uma mente
tranqüila e silenciosa. Nesse momento seria
necessária a intervenção da minha cabeça para eu
tomar atitudes mais centradas. Mas isso não
acontece. Tudo desmorona e ajo como uma fera
acuada.
Ou seja, nosso corpo capta sensações físicas que
são naturais e necessárias. Mas nossa cabeça é
preguiçosa e vive em um constante estado de
devaneio. O que era para ser uma simples
necessidade ou desejo de agir transforma-se muitas
vezes em atitudes e emoções violentas de nossa
parte. O filme está pronto! Quem o projeta é a
cabeça, mas são as emoções e os desejos os
responsáveis por sua produção.
O que podemos fazer para impedir esse fluxo
incessante? A mitologia pode nos ajudar. Os
antigos, para falar da fina película, utilizaram
muitas vezes o tema das muralhas em seus mitos e
histórias. Na mitologia grega temos a Guerra de
Tróia. A bela Helena é seqüestrada e inicia-se o
cerco a Tróia. Helena simboliza a nossa Alma que
foi seqüestrada. Gurdjieff sugere uma relação entre
o Kundabuffer e as muralhas de Jericó, utilizando
um dito do sábio Mulá Nassr Eddin: “ao pleno som
das trombetas de Jericó”. 4 A menção a Jericó não é
um acaso, mas uma pista deixada por Gurdjieff: as
fortes muralhas dessa cidade, que impediam o acesso
à “Terra Prometida”, são a fina película de falsa
realidade. É ela que nos separa do Milagroso, do
“Reino dos Céus”, da “Atlântida submersa”, da nossa
Alma.
Surge então a pergunta: por que essa fina película
de falsa realidade é simbolizada por inexpugnáveis
muralhas? Mais uma vez aqui se revela a grande
sabedoria dos antigos. O que é apenas um véu de
seda transparente transforma-se em complicações de
todo tipo para quem está afastado e esquecido da
busca do Milagroso. O que é uma fina película para
quem está em conexão com o Milagroso é uma muralha
impenetrável para todos nós.
Como podemos derrubar essas muralhas? Como acender
a luz? A grande dica é revelada nos mitos de Tróia
e de Jericó. Tanto o cavalo de Tróia como as
trombetas de Jericó apontam como podemos viver o
Milagroso. As trombetas emitem sons, que são
vibrações utilizadas para nos despertar e
encontrarmos nossa Alma. Trombeta está ligada à
respiração e, logo, ao sentimento. O cavalo
simboliza o trabalho sobre as emoções,
sutilizando-as. A ligação entre os dois símbolos
(trombeta e cavalo) é o sentimento. O verdadeiro e
fino sentimento é atributo da Alma. Temos de
trilhar o caminho do coração e despertar para nossa
Alma.
Mas, antes, é preciso exercitar nossa mente para
que ela esteja presente sempre, pois o “trabalho
sobre si deve começar pelo intelecto” 5. Só assim,
sem ser arrastados pelos nossos desejos e emoções,
é que podemos resgatar Helena, a Bela.
Notas
1 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento
Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 17.
2 G. I. Gurdjieff, Do Todo e de Tudo. Horus
Editora, pág. 97.
3 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento
Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 134.
4 G. I. Gurdjieff, no livro Do Todo e de Tudo.
Horus Editora,
pág. 98.
5 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento
Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 114.
Imagine-se em uma sala de cinema. O filme passa na
tela e você, sentado ali no escuro, se emociona,
chora, ri. Envolvido, se esquece completamente da
sua vida lá fora. Esquece os problemas, as contas a
pagar, o trabalho, a família. Durante toda a
projeção, é como se a vida exterior não existisse.
Agora, imagine que, de repente, a luz da sala seja
acesa no meio do filme. Você se vê ali com todas
aquelas pessoas e percebe que estava completamente
envolvido pelas cenas da tela. Você se dá conta de
que é “só um filme”, de que não é “real”.
Este exemplo do cinema é uma bela ilustração do que
é a vida de todos nós. Estamos separados da nossa
realidade, envolvidos por uma falsa realidade. É
preciso ligar a luz!
Mas como podemos fazê-lo? Para isso é preciso
entender melhor a falsa realidade na qual estamos
imersos. Na primeira página do livro Fragmentos de
um Ensinamento Desconhecido, Ouspensky escreve:
“Mas, onde começava esse caminho novo ou perdido eu
era incapaz de dizer. Já reconhecera então, como
fato inegável, que, para além da fina película de
falsa realidade, existia outra realidade de que,
por alguma razão, algo nos separava. O ‘milagroso’
era a penetração nessa realidade desconhecida.”1
Vivemos angustiados com todos os problemas que
enfrentamos na vida. O fluxo de nossos pensamentos,
emoções e desejos torna este mundo real. Mas, em
certos momentos, somos tocados por uma sensação
estranha de maravilhamento. Um belo pôr do sol! Uma
noite de lua nova com um céu coberto de estrelas!
Uma música que nos toca profundamente!
Nesses momentos algo de milagroso acontece e somos
transportados para um outro mundo. Eles se
contrapõem ao nosso cotidiano agitado e, no íntimo,
suspeitamos que algo está errado. Não sabemos o
quê, nem como resolvê-lo, mas pré-sentimos que “as
coisas poderiam ser diferentes”, que vivemos em uma
fina película de falsa realidade.
Mas como ela se forma? No livro Do Todo e de
Tudo,afirma-se que foi implantado, “a título
provisório nos seres humanos, um certo órgão que
tem propriedades tais que eles perceberiam, dali em
diante, a realidade ‘às avessas’, e que toda
impressão repetida, de origem exterior,
cristalizaria neles os dados necessários ao
aparecimento de certos fatores que provocam as
sensações de ‘gozo’ e de ‘satisfação’.” 2
A primeira função do “órgão Kundabuffer” é
desconectar o ser humano da realidade, ou seja,
fazer com que ele veja tudo às avessas. Confundir o
que ouvimos. Levar-nos a tomar tudo como pessoal, a
agir sem pensar, a não analisar as situações que
vivemos, etc.
Mas só isso não seria suficiente! Ainda poderíamos,
mesmo “cegos” e por acidente, conectar-nos com o
Milagroso. Daí a necessidade da segunda função, ou
seja, desviar nossa energia para ser utilizada em
outras coisas, gerando gozo e satisfação, como, por
exemplo: nosso falar interno incessante, nosso
devaneio, as explosões de emoções negativas e os
desejos que são senhores de nossa vida.
Talvez nem percebamos, mas sentimos muito prazer em
momentos como os de raiva. Até mesmo o stress, tão
na moda hoje em dia, é, na verdade, um estado de
grande excitamento para todos nós. Adoramos
assistir a esse filme, mesmo sem o sabermos.
E como entender de modo mais claro o funcionamento
do Kundabuffer? Gurdjieff explica: “A tendência ao
devaneio deve-se, por um lado, à preguiça do centro
intelectual, isto é, a suas tentativas de se poupar
todos os esforços ligados a um trabalho orientado
para uma meta definida e indo numa direção definida
e, por outro lado, à tendência dos centros
emocional e motor a se repetirem, a guardar vivas
ou a reproduzir experiências agradáveis ou
desagradáveis, já vividas ou ‘imaginadas’.” 3
Suponhamos que aconteça algo e eu seja tomado por
uma raiva muito forte. Minha adrenalina dispara.
Até aí, tudo bem! É preciso ter a energia
necessária para agir rapidamente. Durante um curto
espaço de tempo eu ainda tenho a “mão no jogo”.
Ainda posso ter um pensamento lúcido impedindo que
a raiva conduza toda a minha ação. É nesse exato
instante que falta a presença de uma mente
tranqüila e silenciosa. Nesse momento seria
necessária a intervenção da minha cabeça para eu
tomar atitudes mais centradas. Mas isso não
acontece. Tudo desmorona e ajo como uma fera
acuada.
Ou seja, nosso corpo capta sensações físicas que
são naturais e necessárias. Mas nossa cabeça é
preguiçosa e vive em um constante estado de
devaneio. O que era para ser uma simples
necessidade ou desejo de agir transforma-se muitas
vezes em atitudes e emoções violentas de nossa
parte. O filme está pronto! Quem o projeta é a
cabeça, mas são as emoções e os desejos os
responsáveis por sua produção.
O que podemos fazer para impedir esse fluxo
incessante? A mitologia pode nos ajudar. Os
antigos, para falar da fina película, utilizaram
muitas vezes o tema das muralhas em seus mitos e
histórias. Na mitologia grega temos a Guerra de
Tróia. A bela Helena é seqüestrada e inicia-se o
cerco a Tróia. Helena simboliza a nossa Alma que
foi seqüestrada. Gurdjieff sugere uma relação entre
o Kundabuffer e as muralhas de Jericó, utilizando
um dito do sábio Mulá Nassr Eddin: “ao pleno som
das trombetas de Jericó”. 4 A menção a Jericó não é
um acaso, mas uma pista deixada por Gurdjieff: as
fortes muralhas dessa cidade, que impediam o acesso
à “Terra Prometida”, são a fina película de falsa
realidade. É ela que nos separa do Milagroso, do
“Reino dos Céus”, da “Atlântida submersa”, da nossa
Alma.
Surge então a pergunta: por que essa fina película
de falsa realidade é simbolizada por inexpugnáveis
muralhas? Mais uma vez aqui se revela a grande
sabedoria dos antigos. O que é apenas um véu de
seda transparente transforma-se em complicações de
todo tipo para quem está afastado e esquecido da
busca do Milagroso. O que é uma fina película para
quem está em conexão com o Milagroso é uma muralha
impenetrável para todos nós.
Como podemos derrubar essas muralhas? Como acender
a luz? A grande dica é revelada nos mitos de Tróia
e de Jericó. Tanto o cavalo de Tróia como as
trombetas de Jericó apontam como podemos viver o
Milagroso. As trombetas emitem sons, que são
vibrações utilizadas para nos despertar e
encontrarmos nossa Alma. Trombeta está ligada à
respiração e, logo, ao sentimento. O cavalo
simboliza o trabalho sobre as emoções,
sutilizando-as. A ligação entre os dois símbolos
(trombeta e cavalo) é o sentimento. O verdadeiro e
fino sentimento é atributo da Alma. Temos de
trilhar o caminho do coração e despertar para nossa
Alma.
Mas, antes, é preciso exercitar nossa mente para
que ela esteja presente sempre, pois o “trabalho
sobre si deve começar pelo intelecto” 5. Só assim,
sem ser arrastados pelos nossos desejos e emoções,
é que podemos resgatar Helena, a Bela.
Notas
1 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento
Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 17.
2 G. I. Gurdjieff, Do Todo e de Tudo. Horus
Editora, pág. 97.
3 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento
Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 134.
4 G. I. Gurdjieff, no livro Do Todo e de Tudo.
Horus Editora,
pág. 98.
5 P. D. Ouspensky, Fragmentos de um Ensinamento
Desconhecido. Editora Pensamento, pág. 114.
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